"ESPECIAL"

Vendo alguns eventos dos Jogos Paraolímpicos, finalmente entendi o porque do termo "especial", comumente usado pra designar os chamados deficientes físicos e mentais.

Isto porque, com os atletas paralímpicos, pude perceber o verdadeiro sentido da eficiência e da superação de que é capaz o ser humano.

Quem não se emocionou, já na solenidade de abertura dos Jogos, ao ver o bailado da linda Amy Purdy, mostrando ao mundo que o infortúnio da biamputação não foi capaz de lhe retirar a graça, a beleza e a sensualidade da mulher; ou com o futebol jogado por cegos; o carinho do cavaleiro com retardo mental, por sua montaria; a vibração de nosso multi-medalhista, Daniel Dias, a cada conquista...?

Quem não se alegrou com este fantástico paratleta, quando em uma das muitas provas que disputou, mesmo perdendo o ouro por milésimos de segundo para o concorrente chinês, fez chiste com a derrota e, com sua alegria ímpar, calou em nosso espírito o sabor da vitória?

Quem não se espanta com as marcas obtidas nas provas de atletismo, em suas diversas modalidades?

Realmente, são especiais aqueles que apesar de portarem deformações; de faltarem-lhes partes do corpo ou algum dos sentidos; de terem membros imobilizados, ou que não cumprem plenamente suas funções; de possuírem cognição limitada, ainda assim superam todas as dificuldades que são próprias das suas diferenças, além daquelas que nós, os "normais", lhes impomos, sobretudo aquelas frutos de preconceito.

Não vi, nem uma vez, qualquer sinal de desânimo em qualquer atleta, vencedor ou não. Aliás, todos os competidores, sem exceção, são vencedores e nos deixam a grande lição de que para o ser humano nada é impossível.

Caro "especial", obrigado pela lição de vida!

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 18/09/2016
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