TIPOS DE AMOR DO GREGO KOINÊ NO NOVO TESTAMENTO

A mensagem de um domingo pela manhã há algum tempo atrás, pregada pelo Pr. Edvaldo Shama sobre um assunto batido, falado, cantado, versado: o amor, a amizade, tipos de amizade. Sua análise foi a partir do texto bíblico de João 15.15. Contudo, transitou entre os capítulos 13 a 17.

Dentre os vários aspectos falados em sua mensagem, destacamos alguns trechos que merece reflexão.

Segue abaixo os tipos de amor que encontramos na língua grega, expressamente no grego koinê, ou seja, o grego antigo e não clássico.

Falando, inclusive, na palavra “amor” em português que tornou-se vazia de significado, pois o amor se identifica na forma, na expressão e na direção em que se evidencia. Eis as formas de amor no grego antigo, contudo, o original não pode ser escrito abaixo, pois o sistema desta pagina não possibilita seu uso, segue então a forma transliterada.

1– Eros ; O amor romântico- como um amor para alguém que você ama mais do que o amor de Philos da amizade .

2 - Epithumia - desejo, desejo de que é proibido, luxúria, desejo sexual.

3- Porneia- “fornicação” ou no original grego significa: “relações sexuais ilícitas” ou “imoralidade sexual

4. Storgé descrevia um laço que devido ao nascimento uma família estava unindo. Amor de parentesco.

5. Philia- amizade, um amor virtuoso desapaixonado. Denota um tipo de amor global, usado como amor entre a família, entre amigos, um desejo ou a apreciação de uma atividade, bem como entre amantes.

6. Ágape – amor incondicional- Relação com o amor de Deus no grego antigo.

O amor na vida cristã alcança todos, todo mundo. Muito diferente do relacionamento que se começa gostando e se termina amando.

“O amor humano é puramente “meritocrático”, ( φιλία). Bem diferente do amor que Deus, (ἀγάπη), quer que dediquemos a Ele, que é o amor incondicional. Alguns negam-se entregar ao amor, porque amar implica em sofrimento; nele está implícito a cobrança. Logo, viver sem amor, sem afeto, sem amizade é viver no inferno.

A Bíblia descreve amizade mais profunda que a amizade de irmãos. Paulo e Barnabé, Davi e Jonatas, Jesus e João (o discípulo amado). E, Jesus diz; “...vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei...” Jo. 5.34-35. O amor (ἀγάπη).

Um dos textos que ele interpretou com a seguinte frase: “ não julgue o outro pelo seu pecado que é diferente, no Evangelho de João 14.21,23.

Concluo que amar não é fácil, seja qual for o tipo de amor, pois cobra-se lealdade, constância, dedicação e compromisso. Não há amor humano que estejam implícitas todas essas obrigações. Justificadas por muitos que, uma vez amando, todas as demais implicações serão satisfeitas sem que o indivíduo sinta-se violentado, explorado, e submisso.

Falamos em amizade descompromissada, não grudenta, livre. Mas, será que existe mesmo este tipo de amizade? Onde você não ora pelo outro, não abençoa o outro, não se alegra com as vitórias do outro. Onde não há lealdade para com o outro? Quando temos medo de dizer que amamos, por medo de sermos mal interpretados? Ou ao contrário, quando nos escondemos um sentimento, colocando outra ideia, ou evidenciamos esta ideia para sufocar a anterior?

Com Deus não dá para ser diferente. Ele quer entrega incondicional. Certo famoso evangelista do início do Séc. XX afirmou: “Deus pode usar um homem pela metade que se entrega totalmente em suas mãos, mas não pode usar um homem inteiro que se entrega pela metade”.

Mesmo não se entregando totalmente nas mãos de Deus, ele continua nos amando, e corrigindo, e esperando, dando sempre uma chance para que encontremos o caminho que nos conduz a eternidade.

Não temos respostas que incluam 100% de satisfação. E assim, seja qual for a forma, amar é um risco que se corre sempre. Risco de amar e não ser amado, risco de ser ferido, rejeitado.

Amar é um risco necessário, caso contrário, ficaremos, enquanto vivos, na mediocridade relacional, vazios e frustrados.

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