A FRIEZA DOS LOUCOS
A FRIEZA DOS LOUCOS
E ela pairou devaneios no ar
que ouvia-se o canto lacrimoso
das pessoas vendo alguém estrangeira
querendo ajudá-la davam risos
onde a graça estava coberta
de visíveis palavras que sairam
se acaso falassem tão doentes
qu'ela seria capaz de suicídios
oferecendo sua última nota
a qualquer dormitório vago
de um estranho que seja
implorando retire a besta
que fica na porta de entrada
proibindo-me de ser vista como sou
sou uma carisma antecipada
uma vantagem de amor presa
alguma saída de luz pura
que acende quando tocada
de verdade o quanto se doa
deixando a covardia da necessidade
perder todo homem morto
de amor por dentro
ela caída pensava viver n'outra época
névoa sentida enviando mensagens
eles nem ao menos entendem
a alma não se alimenta
de penas que nada de calor emanam
a frieza dos loucos é pouca chuva
no deserto que de areia
não remontam qualquer história parecida
com a minha
o corpo da distância é uma estátua
diante do túmulo
um acúmulo de energia falsa
querendo sair pra gastar excessos
possessos de variações do que é bom
me servem de um alimento estragado
enfeitado com flores
os amores dividem o que era uno
quando da partida
um amor-fati vinga-se do infinito
que era o desejo no fim de tudo
no fim do túnel
vi a luz do sol que ardia do alto
no inicio da manhã de outono
e nada mais do que isso...
...prefiro lembrar do sonho
que tive de começar de novo
tudo sozinha!
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - Lady Sings the Blues