A história da Rede Ferroviária

Na história de nossa cidade tem uma parte esquecida e que muitos jovens não conhece. Quando a Rede Mineira de Viação projetou a ferrovia em nossa região ela seria onde está hoje, mas os caciques políticos da época juntaram forças e a trouxeram para mais próxima de nossa cidade.

Então foi preciso que se fizesse um aterro para que a Ferrovia prosseguice, desse aterro surgiu nossa Lagoa da Prata, como foi denominada pelos missionários.

Me lembro quando jovem saíamos um grupo da cidade, o que não era muito perto para ir até a estação ver o “noturno” passar por volta de uma hora da madrugada.

Me lembro também da tia do meu pai, Dona Zenite, mãe do Rui Amorim que era um dos conferentes da Estação vendendo biscoitos e bolos na plataforma da Estação para sustentar a família, pois ela ficou viúva muito jovem.

Me lembro do Sr. Valfrido que de carroça transportava os objetos da Estação para a cidade. Na Estação tinha uma caixa de madeira grande onde ficavam as correspondências.

As “Maria Fumaça” como eram chamadas nos emocionava com sua chegada, principalmente o trem noturno que só chegava passageiros. Me lembro do Giba, um simpático guarda-chaves, assim eles eram classificados, ele mais de quarenta anos com doença de chagas.

São tantas pessoas que trabalhavam ali, outros que me lembro com carinho: Sr. Xisto Santana, Sr. Diniz Borges. Quantas vezes em excursões escolares as escolas levavam as crianças para ver a “Maria Fumaça” passar. Eu pessoalmente com meus quinze anos ia para a Estação para aprender o código morse, isso tinha que ser à noite para não atrapalhar o trabalho dos conferentes.

Hoje resta a Estação

Não vamos deixá-la acabar

Para que fique na história

E pros nossos netos contar

Existia também perto da Estação as caieiras, pois o nosso município exportava cal e açúcar para outros estados.

Da Rede Ferroviária

Eu vou falar a verdade

Restou a Estação

No peito só a saudade