Violência nas eleições 2016

Contagem regressiva para eleições municipais, processo democrático em que são escolhidos pelo voto secreto nossos prefeitos e vereadores para um período de quatro anos. À meia noite do dia 29-09-2016 encerrou o horário da propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão. Dia 02, domingo, é o dia de comparecermos às urnas. Com as novas regras da Lei Eleitoral o (a) candidato (a) a um cargo eletivo não pode se valer de cultos religiosos e centros comerciais para petição de votos. Com tanta inovação, os postulantes se focaram mais na internet e nas carreatas.

No dia 28, em Itumbiara, cidade de 100 mil habitantes, localizada no sul de Goiás às margens do Rio Paranaíba e distante cerca de 200 quilômetros de Goiânia, o candidato à prefeitura, José Gomes da Rocha (PTB), conhecido por Zé Gomes, junto com correligionários participavam da última carreata. Câmeras de celulares marcavam 17:46 quando alguém desceu de um carro preto estacionado à beira do canteiro central sentido oposto, e abriu fogo contra pessoas que estavam na carroceria de uma camionete. Houve corre-corre e gente abandonando os seus veículos e se protegendo dos tiros. Um segurança que acompanhava a pé ao lado da camionete foi atingido no pescoço e perna; o candidato a prefeito Zé Gomes foi atingido na cabeça; o vice-governador José Eliton foi ferido no abdômen, e o advogado da prefeitura, Célio Rezende, também foi ferido no abdômen.

Depois de alguns segundos de terror, os seguranças do vice-governador reagiram e acertaram fatalmente o atirador já dentro de seu veículo tentando empreender fuga. O atirador foi identificado como Gilberto Ferreira do Amaral, conhecido por Béba, 53 anos, auxiliar de serviços gerais da Secretaria Municipal de Saúde de Itumbiara, que disparou 13 vezes com uma pistola calibre ponto 40. O candidato Zé Gomes e o segurança Vanilson João Pereira, cabo da Polícia Militar vieram a falecer.

A Polícia deve esclarecer o que motivou esse crime hediondo. Especulam que o atirador e Zé Gomes tinham uma rixa antiga. Mas mesmo se for por motivo de vingança, não deixa de ser um crime político, pelo intuito de evitar a eleição de Zé Gomes. Agora não se sabe se o criminoso tinha a intenção de matar mais alguém, ou se errou os tiros. Quem estava na mira do assassino talvez possa responder a pergunta, como por exemplo, se continuou atirando mesmo depois de acertar o Zé Gomes. Se não era pistoleiro; treinou muito tiro ao alvo. O que levou essa pessoa a cometer essa loucura, é a pergunta? Acredito que a loucura é o combustível da violência e criminalidade!

Foi uma tragédia na política brasileira comparável ao assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F Kennedy, em Dallas, Texas, 22 de novembro de 1963. Não foi um caso isolado, em que ocorreu uma vingança. Pois, conforme estatísticas policiais, dentro de um ano foram registradas cerca de 40 atentados contra candidatos às eleições, com 28 mortes. Pelo visto, não está havendo uma concorrência partidária apenas. E há suspeição do mundo do crime estar interferindo na política, o que não é nenhuma novidade. O certo é que precisamos separar o joio do trigo também na política, e votarmos em candidatos com ficha limpa, sem antecedentes criminais. Cabe ao Poder Público à transparência e segurança das eleições, o que consolida uma democracia.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 30/09/2016
Reeditado em 17/10/2016
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