A CAUSA DA ROTINA
A CAUSA DA ROTINA
Foram as gurias intempestivas
fora do nosso tempo convidando
sua alta performance condutiva
que me levou ao caos pleno da vida
que nem sei por isso contemplo
qualquer movimento que anda lá fora
teimando em dizer que estou viva
mas morta por dentro compreendo
que posso ir ficando onde estava
mas é tão grave o novo acolhedor
ele não tem estes músculos comprimindo
comprimido de todo sonho fértil na cama
apenas eu dormindo é dúvida de cego
ao ver-me perdida segurando tudo
que lembra esta metade indo embora
me sinto destruída destinada desiludida
prometida as cartas de um futuro
que julgará tormentas das águas
que sairão em dias confusos
contudo penso em pedir desculpas
fui tardiamente mais breve
quando entendi que o mal era
meu estado mentiroso de equilibrio
meu hino nos corredores entre outras
não tinhas tuas notas não contava
nenhuma história do começo
do apreço que convida sem dizer nada
fui fantasma diversas noites seguidas
desigual naquelas noites sofridas
do organismo desafinado
fazia soar uma canção ruidosa mesquinha
somente por ter só minha nascente
intranquila querendo desaguar veneno
como se você querendo pudesse sentir o mesmo
foram aquelas meninas dos olhares
da líbido quente expandindo
que meu sujeito desistiu sentiu-se vencido
e a calma era uma superfície "remediada"
alguns miligramas a mais dos "poligramas"
bebidos estávamos prontos e juntos
dois fantasmas em conjunto
vivendo noções de afago p'ra
cumprir um ato antes de apagar
o volume da sobrevida onde não
mora mais nenhum amor de verdade
eu preciso de outra dose ...pode compreender
meu copo vazio?
MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old Fashioned Morphine