Minha mãe é uma criança

Nem tudo que queremos perto, conseguimos ter. É a lógica da vida. Alguns tem amigos do peito, outros tem o fanatismo do time do coração . E outros, ainda, amores e entes queridos.

Por conseguinte, nada dura para sempre. Sabemos disso desde muito cedo. O olhar para o mundo e para as pessoas vai mudando conforme os anos. Às vezes, tornam-se apenas uma folha amarelada sob nossas pestanas, uma vaga lembrança do que eram ou foram.

Assim, um dia, nos deparamos com perguntas do tipo " como faço?", "onde estou?", "como é isso?", "não consigo" e tantas outras e então a ficha cai. Nosso ente querido entra no processo de envelhecimento mais aquela doença que virou epidemia no século XXI e que a maioria das pessoas reluta em dizer o seu nome - câncer! Chegou a hora de tomarmos a frente nas decisões e cuidados, sem nunca perdermos o afeto por eles.

O chip da memória não poderá ser mais substituído em muitos casos porque foi deletado pelo vírus letal da doença. Os dados móveis idem. Apenas o dia-a-dia vale agora. Os momentos, bons ou ruins, a gente escolhe qual prevalecerá nessas situações de estresse . O importante é tornar a vida mais normal para eles , sendo que quase nada será igual a antes.

O barco vai afundando um pouquinho a cada dia .Nos vemos sozinhos nessa árdua tarefa, pois muitas vezes ,o egoísmo, o preconceito e a discriminação falam mais altos nessas horas.

Entretanto, o mundo foi feito de dualidades e temos que aceitar o fardo. Nada dura para sempre. Já pensou se todos gostassem da cor amarela?