Coincidências (EC)

Coincidências

O ano era 1969 – liberdade o seu nome! Estranho pensar nessa palavra porque liberdade traz sempre implícito o seu oposto – prisão, repressão, cerceamento do ser. E isso tudo representa o ano de 1969: a liberdade na contramão da repressão.

Em 1969, inúmeros fatos nos remetem à liberdade – Festival de Woodstock, por exemplo – o mais famoso festival de rock de todos os tempos (EUA) reuniu milhares de jovens que tinham por ideologia a liberdade pessoal. A paz mundial como antidoto para um mundo em guerra; o amor e o sexo também como ideais de liberdade, por que não?

A banda formada pelos garotos de Liverpool (Inglaterra) – Os Beatles – “representa dois milagres: o da música e o da democracia. Seus sons foram o veículo da revolta da juventude, subiram às alturas de Mozart e Beethoven e, de ruídos para a inconsequência de adolescentes, tornaram-se ritmos da alegria de viver para moços e velhos. Ao mesmo tempo, os quatro jovens de Liverpool viviam a síntese maravilhosa da liberdade individual para cada integrante da banda” (Veja, 2009). O último álbum produzido pelo grupo foi “Let it be” e em janeiro daquele ano os músicos tocaram ao vivo pela última vez.

No Brasil, no final dos anos 60 teve início o Tropicalismo. A tropicália misturou diversos estilos: rock, bossa nova, baião, samba e tinha por intuito instigar o senso crítico da juventude, promovendo a liberdade comportamental, ao romper barreiras na arte, na linguagem, no modo de vestir, cantar e compor. Caetano Veloso, seu mentor, foi o criador de Alegria, Alegria – um hino da liberdade pessoal. E foi com a prisão e exílio de Caetano e Gil que teve fim este Movimento.

Foi também em 1969 que Cantiga por Luciana “Luciana, Luciana/Sorriso de menina/ Dos olhos de mar/Luciana, Luciana/Abrace essa cantiga por onde passar”, de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, gravada por Evinha, ganhou o IV Festival Internacional da Canção (https://pt.wikipedia.org/wiki/Evinha).

1969 é considerado pelos historiadores como um ano extraordinário e marcou o fim de uma era cheia de descobertas, especificidades e muita luta pela liberdade – de se expressar, de transgredir, de criar. Ano em que a arte musical esculpiu a sua matéria prima – a poesia – que se perpetua até hoje e, muito provavelmente, será rememorada pelos anos vindouros.

Ano em que nasci – menina, que cedo se apaixonou por Elis e Tom. Menina que ainda é embalada por “Let it be”; “Hey Jude”; “Cantiga por Luciana” e muitas outras canções.

Coincidências?

Este texto faz parte do Exercício Criativo – Coincidências. Para ler outros textos que versem sobre o mesmo tema, acesse: http://encantodasletras.50webs.com/coincidencias.htm

RosalvaMaria
Enviado por RosalvaMaria em 12/10/2016
Reeditado em 12/10/2016
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