CATERINE
CATERINE
Caterine meu lar é pequeno
entre aspas pode deixar
de ser pelo menos
tendo como dizer lá dentro
tenho onde morar
como suplício de humildade
pra não mais ter que
arrepender que nada tem
e sente frio dizendo que existe
eu quero viver
não duvide que eu vá invadir
teu lar escondido
tuas formas como elas são
como elas todas estão
assim desse jeito mesmo
vermelho sobretudo de pele
clara faz surgir verdes vias
conduzindo teu sulco
até florir teus seios
Caterine estás te abrindo
eu estou por dentro
teus grandes lábios amigos
me dizendo teus lábios
sentem-me ofendendo
então procura um estranho
que sorrido invalida uma chance
Caterine o amor não existe
se não tiver dormido
depois dos sonhos férteis
se ainda estás acordada vendo
ao invés de águas salgadas
puras escorrendo no teu corpo
ve antes lágrimas de engano
então não amou ninguém
o amor não estava nos teus planos
teus planos estão carnais
faz parece alguns anos
alguns anus te conhece
faz tempo por isso revira tua
mentira querendo fugir
manchas oriundas dos golpes
tatuam o que envolve
nesta aurea repleta de escuros
pelas sombras de falos eretos
na parede um desenho secreto
da infância onde a ânsia pelo objeto
tem a força com que segura
o espaldar da cama na loucura
gritando por sexo
Caterine teu grito não quer ter fim
a decadência dos mortais ao redor
que irrompem anfíbios
e teus hinos estão chamando
todos que estão no porão
destes anos conhecendo teu medo
que agora desisti de proteger
estás conflita com imagens
da menina estrangulada pela vida
por isso grita para escapar
as verdades do estômago
nada quer do abutre sobre o figado
me golpeia nos orifícios
eles estão queimando
posso ouvir nos teus gritos
não há ninguém chamando
Caterine eles foram muitos
ainda procuras mordendo
o chão arrancando querendo
comer os fluídos indo buscar
até o último que veio te amar
como nunca...
MUSICA DE LEITURA: LAUTMUIK - Three imaginary boys