Crônica de Preguiçoso

De quando em vez tenho um ataque de preguiça. Nada demais! Afinal, quem nunca sentiu aquela preguiça de segunda-feira, ou a vontade de permanecer em descanso, mesmo quando termina o horário de almoço? Todo mundo, não é mesmo?

O problema é que hoje é terça-feira e, assim como ontem, a preguiça me pegou de jeito. Simplesmente não consigo trabalhar.

Como sei que a preguiça é um dos sete pecados capitais fiz uma rápida pesquisa para aferir o grau da minha prática pecadora e descobri que há possibilidade de o pecado da preguiça carrear o pecador ao inferno, dependendo da gravidade da obrigação voluntariamente descumprida.

Bom, diante disso até me tranquilizei, pois nada tão grave estou deixando de fazer, já que minha falta, hoje, não está atrelada a qualquer afazer a mim confiado, mas tão somente deriva de minha omissão em não querer saber se os colegas necessitam de ajuda. Em outras palavras: minha preguiça se resume em ficar no meu canto e não sair catando trabalho.

Mas minha curiosidade me levou um pouquinho mais longe e quis, também, saber a origem bíblica do pecado da preguiça considerado grave, porque, até então, tinha como certo que a preguiça era apenas um pecado venial.

Pois bem, lá na parábola sobre os talentos há, de fato, menção à gravidade da falta. (se você tiver interesse, deixe de preguiça, pegue sua Bíblia e vá conferir em Mt 25, 14-30, porque o preguiçoso aqui sou eu).

Na pesquisa absolutamente superficial que fiz, pude também verificar que muitos, obviamente menos preguiçosos do que eu, já se ocuparam de falar sobre a preguiça, tanto pelo lado religioso, como mundano e, neste último campo, apenas para confirmar o que disse logo no início desta crônica boba, vale citar, de Millor Fernandez, o “Poeminha de Homenagem à Preguiça Universal”:

“Que nada é impossível

não é verdade;

todo o mundo faz nada

com facilidade”.

É vero, né? Estamos sempre prontos para “fazer nada”, porque é bom demais ficar à toa, mesmo sabendo que não é a melhor coisa do mundo.

Certamente poder-se-ia continuar a dizer coisas sobre a preguiça, mas ela própria não me deixa seguir adiante. Pelo menos não agora. Paro aqui.

Fui!

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 18/10/2016
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