Minha pequena 4

Eu olhava através de seus pequeninos olhos e podia encontrar uma paz descomunal, longe de tudo aquilo que se chama compromisso e responsabilidade.

Aquela felicidade serena, limpa e imaculada, descobrindo as coisas com extasia, procurando com seus olhinhos inexperientes a extensão das coisas com novidade, ansiedade e liberdade; querendo correr até onde o olhar podia contemplar.

O vento brincava em seus cabelos encaracolados, seu vestido rodado e suas perninhas ligeiras. As bochechas rosadas expressavam a espontaneidade de alguém despreocupado com os olhares expectadores.

E um sorriso... Ah, aquele sorriso! Que faz todos os meus problemas irem embora!

O rio bem pertinho de seus olhos, agora os separavam com uma garoa que chegou depressa, frustrando a vontade de chegara mais perto. Não era o bastante olhar de longe, ela queria sentir, chegar o mais perto que conseguisse a ponto de sentir o cheiro do rio.

As árvores colorindo o céu de verde, traziam uma sensação de leveza com o vento brincalhão, que balançava suas folhas e espantava os pássaros que se hospedavam nelas. Era como se tivéssemos todo o tempo do mundo para correr, pular e simplesmente olhar aquele cenário maravilhoso.

Barquinhos passeavam pelo grande rio chamando a sua atenção e tirando-lhe um sorriso no apontar de seus dedos pequeninos... Olha lá! Dizia ela. E então eu também olhava e sorria.

Suane Cruz
Enviado por Suane Cruz em 19/10/2016
Reeditado em 25/01/2019
Código do texto: T5797016
Classificação de conteúdo: seguro