NÃO PRECISA SER MEU AMIGO
NÃO PRECISA SER MEU AMIGO
Nenhum chá nenhuma amiga
combatendo minha fadiga
ei de driblar ela sozinha com
doses inteiras de alguns dos melhores
aqueles em que o pior só parece
quando falam pra querer serem
onde apenas então preciso
de um pouco daquilo que não tenho
um sedento embate de ideias
no inteior acontecendo
e eu quero ser traduzida
pela boca conduzida pra fora
ter as desforra de gritar abrindo
a janela matando minha alma
deixando ela nascer de novo
de manhã cantando
nenhuma frieza confusa
que veio não sei porque
me dizer sobre suas novelas
da revista que a mídia coloca
como um novo papel
a ser usado no banheiro
querendo perder meu tempo
prefiro acolher as gotas sulfladas
do inverninho entre as folhas
deitada na grama molhada
cinema de céu estrelado
o que mais quero da vida
do que a vida passando sem dizer
estas palavras "usadas"
outras coisas fáceis de tão dificeis
por serem flamas despejadas
pra fazer o movimento da sala
ser uma dança de olhos procurando
escapar do que veio fazer ali
eu tolero o silêncio da alma
a intolerância faz parte
de toda linguagem
e a paz de equilibrio
aquela flagrância possuída de frescor
não tem brilho de valor comprado
um recado sem ser escrito
podendo ser dito pelo corpo
é capaz de vir até mim abrindo-se
esvaziando seu segredo contido
prefiro me encher da vontade
nem precisa ser meu amigo...
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - We'll be togheter again