Brasil, pátria educadora?

Esta minha reflexão começa em uma fatídica tarde de quinta-feira, dentro de um ônibus...

Na minha ânsia de escrever compulsoriamente, lamentava o fato de não ter comigo um papel e uma caneta, pois estava tendo uma sucessão de ideias inspiradoras e não tinha como as grafar.

Até que por fim comecei a observar alguns passageiros e qual não foi minha surpresa caro leitor, ao ver que todos deixavam escorrer por entre os dedos o valioso tempo que minutos antes eu tanto lamentava.

Nenhum deles escreviam ou liam, a única revista que vi alguém segurando se tratava de um catálogo de vasilhas, outros de olhos fixos no celular ou na janela de onde se viam o tráfego dos carros, e foi aí que me lembrei de algo curioso; um slogan que dizia: Brasil, pátria educadora.

Nesse relapso da minha memória cheguei a seguinte teoria: se no ônibus com 46 passageiros nenhum deles se envolviam com atividades educativas (me refiro aos sentados, evidentemente), qual seria a chance desses 46 passageiros fazer algum tipo de atividade educativa quando retornarem a seus lares?

A questão é, será que realmente os cidadãos brasileiros refletem que fazem parte de uma pátria educadora?

Será mesmo que tem se oferecido educação aos indivíduos que fazem parte desta pátria ? E quanto ao episódio do ônibus, parece sábio dizer que muitos carecem de hábitos de estudo e de informação, julgo que grande parte do desinteresse populacional no que tange ao aprender, advém de uma série de metodologias defasadas e pouco investimento no setor educacional, o que gera nas pessoas apenas a expectativa em ter um diploma, mesmo que seja de qualquer jeito; o fato é que ter diploma não é sinônimo de ter conhecimento.

Concluo então que há uma reciprocidade entre a mãe e os filhos, entre a pátria e seus cidadãos, sendo que essa não é educadora e consequentemente estes não terão conhecimento. E o sonho ficará apenas embutido nas letras do slogan: Brasil, Pátria educadora.