A Verruga da Bruxa
Contos dos Irmãos Grimm, quem não os leu?
Histórias para as crianças que perpetuaram na literatura a Idade Média e as avós contavam para fazer dormir.
E era assim que o menino – pequeno príncipe? – tremia de medo daquela horripilante figura daqueles contos: A Bruxa!
Como se não bastasse, a professorinha – tia? Princesa? – contava de forma sonhadora os percalços da Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel... Sonhadora sim, mas com toque de sadismo frisando com entonações teatrais a voz da Bruxa. Fazia questão também de ressaltar a verruga que a personagem malvada tinha ora no queixo ora no nariz ou em ambas as partes do corpo.
O menino impressionado se punha na sala de visitas a olhar pela vidraça enquanto todos na sala de estar se reuniam para ouvir a melancólica “avemaria” no rádio e a “Hora do Brasil”. Na rua escura conseguia visualizar com seu fértil imaginário bruxas subindo a longa avenida mal iluminada. A sombra projetada de um telhado na parede do outro prédio só podia ser a casa da bruxa – a sombra era triangular e pontuda como o chapéu de bruxa e por isto, segundo seu raciocínio mirabolante, só podia ser a morada da maléfica também.
Assombração? Não, não temia fantasmas. Eram as bruxas com aquelas verrugas que causavam o pavor do menino.
Naqueles vultos anônimos que subiam a avenida tentava ver se em seus rostos havia verrugas para distinguir quem era pessoa e quem podia ser a feiticeira.
A vida se fez e o menino virou homem.
Agora não tem mais as bruxas lhe perturbando – somente suas maledicências!
Mas e as verrugas?
Não é que a Ciência explica a verruga das míticas figuras da Bruxa?!
As verrugas nada mais são papilas produzidas por um vírus, o HPV que sofrem mutações e podem se instalar em várias partes do corpo, inclusive no ânus ou no útero podendo produzir câncer.
Sabe-se hoje que com a expectativa de vida aumentando – o envelhecimento – e a imunidade baixa das pessoas pode haver o aparecimento das verrugas causadas pela multiplicação do vírus no interior das células da pele.
Antes de atingir a terceira idade a pessoa pode apresentar tais verrugas relacionadas à plenitude da vida sexual nas mulheres e nos homens. Ou, como o vírus pode ficar anos latentes no organismo, pode aparecer na velhice.
Os homens quase sempre são os transmissores do HPV – podendo ou não ter verrugas genitais. As mulheres também transmissoras e receptadoras do vírus correm mais riscos devido ao câncer do colo do útero – que também pode aparecer no ânus de ambos os sexos ou no pênis.
A prevenção para se livrar das consequências do HPV é o exame ginecológico, urológico e proctológico. E também tomar as vacinas contra o vírus.
Porque senão... Metamorfoses! Senão... Todo príncipe vira sapo. Toda fada, alma penada. Toda princesa, bruxa.
Senão lindo corpo hoje, esqueleto amanhã!
Contos dos Irmãos Grimm, quem não os leu?
Histórias para as crianças que perpetuaram na literatura a Idade Média e as avós contavam para fazer dormir.
E era assim que o menino – pequeno príncipe? – tremia de medo daquela horripilante figura daqueles contos: A Bruxa!
Como se não bastasse, a professorinha – tia? Princesa? – contava de forma sonhadora os percalços da Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel... Sonhadora sim, mas com toque de sadismo frisando com entonações teatrais a voz da Bruxa. Fazia questão também de ressaltar a verruga que a personagem malvada tinha ora no queixo ora no nariz ou em ambas as partes do corpo.
O menino impressionado se punha na sala de visitas a olhar pela vidraça enquanto todos na sala de estar se reuniam para ouvir a melancólica “avemaria” no rádio e a “Hora do Brasil”. Na rua escura conseguia visualizar com seu fértil imaginário bruxas subindo a longa avenida mal iluminada. A sombra projetada de um telhado na parede do outro prédio só podia ser a casa da bruxa – a sombra era triangular e pontuda como o chapéu de bruxa e por isto, segundo seu raciocínio mirabolante, só podia ser a morada da maléfica também.
Assombração? Não, não temia fantasmas. Eram as bruxas com aquelas verrugas que causavam o pavor do menino.
Naqueles vultos anônimos que subiam a avenida tentava ver se em seus rostos havia verrugas para distinguir quem era pessoa e quem podia ser a feiticeira.
A vida se fez e o menino virou homem.
Agora não tem mais as bruxas lhe perturbando – somente suas maledicências!
Mas e as verrugas?
Não é que a Ciência explica a verruga das míticas figuras da Bruxa?!
As verrugas nada mais são papilas produzidas por um vírus, o HPV que sofrem mutações e podem se instalar em várias partes do corpo, inclusive no ânus ou no útero podendo produzir câncer.
Sabe-se hoje que com a expectativa de vida aumentando – o envelhecimento – e a imunidade baixa das pessoas pode haver o aparecimento das verrugas causadas pela multiplicação do vírus no interior das células da pele.
Antes de atingir a terceira idade a pessoa pode apresentar tais verrugas relacionadas à plenitude da vida sexual nas mulheres e nos homens. Ou, como o vírus pode ficar anos latentes no organismo, pode aparecer na velhice.
Os homens quase sempre são os transmissores do HPV – podendo ou não ter verrugas genitais. As mulheres também transmissoras e receptadoras do vírus correm mais riscos devido ao câncer do colo do útero – que também pode aparecer no ânus de ambos os sexos ou no pênis.
A prevenção para se livrar das consequências do HPV é o exame ginecológico, urológico e proctológico. E também tomar as vacinas contra o vírus.
Porque senão... Metamorfoses! Senão... Todo príncipe vira sapo. Toda fada, alma penada. Toda princesa, bruxa.
Senão lindo corpo hoje, esqueleto amanhã!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 28/10/2016
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conversandocomoautor@gmail.com