Fatiga amorosa

As letras foram escritas mas nada muda o fato.

É seu olhar.

Persigo-o recolhendo o mínimo do seu cheiro.

Tranço-me em seu lábios.

Mas por quê não?

Tudo corre repentinamente.

Os sentidos se extirparam ao vento.

E estou então em seus pés.

- Recorde-me! Recorde-me!

O passado se confunde.

A memória falha.

Um deboche.

- Me desculpe!

Um rochão.

- Não me culpe!

Visto o chão.

Veio o chute.

-Por que não?

...

Cai as lágrimas no quarto em silêncio enquanto se limpa os cacos ainda jogados no chão. Pega-se a garrafa no fundo da geladeira e coloca-a na mesa.

Desce um gole enquanto o sangue ainda não terminou de escorrer.

Lucas Viana
Enviado por Lucas Viana em 30/10/2016
Código do texto: T5807758
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