A união faz a força

O trabalho da Ação Social que, desde 1980, está sob minha coordenação, não para de buscar meios, por mais simples que sejam, de libertação do povo oprimido. Criada a Vila do Matadouro, conforme citamos em página anterior, procuramos formar um grupinho de oração e de trabalhos comunitários naquela vila. O objetivo era evangelização através do estudo da Bíblia, rezar unidas, fazer trabalhos artesanais que seriam vendidos e o lucro partilhado com as componentes do referido grupo. Para os artesanatos, utilizávamos o pouco material disponível. Com ele, se faziam tapetes, colchas de retalhos, almofadas, flores de papel, sabão caseiro e outros. Este grupo se reunia uma vez por semana numa salinha da escolinha junto à vila. Por algum tempo, aí trabalhamos, rezamos e fizemos a celebração da partilha. Um belo dia, dentro das reflexões que fazíamos, surgiu o comentário de que as pessoas se sentiam humilhadas quando tinham que dar o seu endereço e dizer que moravam na Vila do Matadouro (Este nome foi dado porque ali existia um abatedouro de gado). Então, sugeri ao grupo que mudasse o nome da vila. Diante de algum cepticismo por parte de quase todos, atrevi-me a garantir-lhes que isso era possível e que o povo tinha forças suficientes para isso. Era só querer e ir em frente! Na ocasião, foram sugeridos vários nomes e entre estes o sugerido por mim foi o escolhido por unanimidade: Cristo Rei. Porém, muitos não acreditavam que pegasse esse nome. Lembro-me de que os aconselhei a dizer a cada um que lhes perguntasse onde morava, responder-lhes: na Vila Cristo Rei. E muitas vezes fiz-lhes refletir sobre uma lógica muito adequada: “Uma varinha só podemos quebrar. Duas varinhas também se quebram com facilidade, porém um feixe de varas ninguém pode quebrar!” E assim foi feito e, dentro de três meses mais ou menos, quando estávamos em trabalhos na dita salinha com o radinho ligado, ouvimos que o então Prefeito de São Sepé, Sr. João Luiz Vargas, falou na Vila Cristo Rei . Aplaudimos com unanimidade, tínhamos a vitória! E assim ficou provado que o povo unido, na verdade, tem forças e a fé remove montanhas! Pouco tempo depois, a Escolinha foi desativada e com isso perdemos a sala onde costumávamos nos reunir. Foi então que me surgiu a ideia de solicitar do Sr. Prefeito a construção de uma peça que serviria de espaço para nossos encontros e que esta poderia ser de pau a pique e coberta de palhas. Fiz o pedido, mas antes que isso fosse realizado tive outra ideia que foi a de solicitar a ajuda da Igreja através da Cáritas Regional Sul 3 e do Banco da Esperança, para criarmos uma casa maior que servisse para diversos trabalhos, inclusive cozinha alternativa e lavanderia. Foi um desafio que deu certo! Elaborei o projeto do pedido, apesar de todo o cepticismo do então pároco Pe. Hernesto Bottom, o qual achava impossível tal ajuda, uma vez que o plano da Cáritas e do Banco da Esperança era para reformas e não construção. Mesmo com algumas contestações, elaborei projeto, solicitei e ganhei a planta do Eng. Sepé Pacheco. Recebemos, então a verba da Cáritas e parte dela através da Ação Social Diocesana Banco da Esperança. Outras ajudas vieram da nossa comunidade. A Casa Comunitária, como a chamamos, foi inaugurada pelo bispo D. José Ivo Louscheite racompanhado do então pároco Pe. Erasmo Dall’Asta e hoje funciona nela uma creche e um grupo da Ação Social Paroquial. (Cf doc. Filme).
Juraci da S Martins
Enviado por Juraci da S Martins em 04/11/2016
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