Mensagens que edificam - 260

No confronto das ideias nunca há perdedores. Ainda que aparentemente alguém tenha sido sufocado pelos argumentos de outrem, o que não levou a melhor publicamente, no silêncio do seu quarto vai "ruminar" cada palavra ouvida, e quem sabe até ouvir o eco da eloquência do seu oponente, e ainda que isto não signifique que o outro está com a razão, uma balança será posta em questão para avaliar o peso de cada exposição. Como é sempre importante também frisar, ninguém é dono de nenhuma verdade absoluta, pois todos estamos num universo de especulações permeados de indagações à espera de uma resposta há milênios. Em todos os momentos da conhecida história da humanidade, temos figuras míticas que pela autoridade na afirmação das suas percepções se tornaram ícones e referências respeitadas até mesmo por segmentos diferentes, lembrando que a convicção na colocação de um ponto de vista faz toda a diferença. E é aí que mora o perigo. Já ouviu dizer que de uma boa lábia ninguém escapa? Eu não sei qual o grau da sua vulnerabilidade, mas posso te garantir que a intensidade de quem se utiliza da prédica para externar seus conceitos pode ser determinante para conquistar novos adeptos aos seus preceitos. Nem todos vivem em função de arrebanhar seguidores, mas é facto que a cada dia cresce o número de desajustados que querem fazer prevalecer seus valores que quase nunca são realmente valores, considerando que a autêntica valoração do ser humano está no reconhecimento da multiplicidade de evocativas que satisfazem uns e afugentam outros. Desde tempos remotos quando a fertilidade mental entrou em ebulição, que é notória uma verdadeira batalha de deuses. Num panteão, cuja diversidade falta o catálogo de outros ainda desconhecidos, mas não menos nobres todo poderosos para aquele povo isolado, haverá sempre um espaço a mais para integrar esta infinidade de autoridades onde a vaidade não está neles mesmo, mas no artista que o rascunhou, desenhou e apresentou. Assim nasceu cada deus... Aqueles a quem chamamos pai, na verdade são filhos adotivos e dependem dos cuidados dos seus inventores para que sobrevivam. Uma vela aqui, um incenso ali, uma ladainha acolá, e assim sobrevivem no inconsciente coletivo de gerações de carentes confessionais, estes amuletos de madeira, cobre, prata, ouro, pedra sabão, ou simplesmente a evocação em forma de adoração. Qual é o santo da sua devoção, ou qual é o seu deus no panteão?

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 10/11/2016
Código do texto: T5818756
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