MULHER - eterna trabalhadeira

MULHER, eterna trabalhadeira.

(Sic) À mulher Deus disse: “Aumentarei grandemente a dor da tua gravidez; em dores de parto darás à luz filhos, e terás desejo ardente de teu esposo, e ele de dominará.” Este é um trecho da Bíblia referente à pena dada à mulher por haver colhido frutos da Árvore da Vida (do conhecimento do Bem e do Mal).

Observo na narração dos escritores bíblicos mais uma das muitas contradições. Imaginaram corretamente quanto às dores do parto e o homem dominar a esposa/amásia. Contudo, esqueceram de comentar a permanente labuta que a mulher assume no decorrer de sua própria existência. Além de parir, ela se obriga a dia e noite em permanentes deveres físicos e morais perante a família, no cuidado do lar, sobre a prole, amamentar, cozinhar, lavar pratos, roupas, varrer, arrumar, costurar, cozer, levar os filhos à escola, ao parque, suportar suas mácriação, servir comer para marido e filhos.. Mesmo esfalfada tem que se “embelezar” e submissa, conforme determinou Deus, receber o marido no leito, às vezes, destituído de amor e por simples satisfação sexual. E o ponto crucial: Como geradora de vida qualquer descuido pode gerar filho fora dos planos e ser acusada por negligencia. É bom se ressaltar que jamais a mulher deixou de ser submissa, física e psicológica. A bandeira defraudada da liberdade por elas e que já atinge um lamentável desregramento, é desgastada pelo vento do ardente desejo de amor pelo companheiro e de ser mãe.

A independência que a mulher moderna conquistou, ao se profissionalizar, é simples força de expressão. Ela não se desvinculou das obrigações do lar, seja direta ou indiretamente.

Considerando realmente as obrigações assumidas por uma dona de lar, indiscutivelmente a punição foi extremamente severa, injusta, sobretudo por sua eternidade, pelo menos em relação ao período de vida.

Particularmente, fui casado por quase meio século. A perder a mulher, esposa e mãe, há dez anos, foi que vim a descobrir realmente o valor da mulher para o homem. Reconheço, esta defesa é tardia e minha consciência me acusa. E ela só se deu conta disso ao assistir o programa na TV, “Tia Nanny”, com pormenores desapercebidos.

Comparemos a punição ao homem, estabelecida pelo mesmo Deus: “Porque escutaste a voz de tua esposa e foste comer da árvore a respeito da qual de ordenei, dizendo: Não deves comer dela; maldito é o solo por tua causa. Em dor comerás dos seus produtos todos dias de tua vida. E ele fará brotar para ti espinhos e abrolhos, e terás de comer a vegetação do campo. No suor do teu rosto comerás pão, até que voltes ao solo, pois dele foste tomado. Porque és pó e ao pó voltarás.”

Conquanto a penalidade ao homem pareça mais drástica porque no final da vida ele retorna ao pó da terra, detalhe não estabelecido na sentença da mulher o que pode, com boa vontade, se subentender que ela gozará de outro destino na além vida.

Eu mesmo defendo a tese de ser um Ente feminino (Deusa) a geradora da parte que Lhe toca na formação do Universo.

Minha pesquisa é por deduzir, devido longa experiência de vida, que a penalidade ao homem lhe permitiu muitas outras escapadelas, uma espécie de “liberdade condicional” porque ele, como ser intuitivo, logo arou a terra e tornou-a dadivosa, plantando árvores e sem dor, come dos seus deliciosos frutos e sua vegetação lhe proporciona saúde e bem estar além de permitir alimentar seus animais para abate e alimentação. Quanto aos espinhos foi problema somenos porque ele inventou proteção contra eles, com as peles dos animais. É bom lembrar um detalhe. Deus cochilou na fabricação do homem: Ao incluído no reino animal lhe deu “patas”, cuja resistência só se acaba por morte ou acidente. Solados de pés e patas, quanto mais usado mais resistente fica.

Deve-se ainda acrescentar: A liberdade que o homem goza de posse da “Carta de livre-arbítrio” “patrimônio” de incomparável caráter espiritual, a bem da verdade e da justiça mesmo nas leis por ele editadas depois de se tornar “senhor da vida terrena”, no seu inato egoísmo, não estende seus benefício liberais à sua mulher. Isto posto, se há de convir; “há algo de injusto no reino do monarca”.

Não pretendo com esta crônica criar um ponto de animosidade ou de desarmonia entre o homem e a mulher, muito menos blasfemar contra as leis divinas. O objetivo único e final é procurar demonstrar ao homem, sobretudo ao patriarca machão, que ele deve ser mais respeitoso, carinhoso, amoroso, compreensivo, com sua companheira dos dias e noites, sempre pronta e assomada de “desejo ardente pelo esposo ou como mãe, avó, para cuidar de sua prole com desvelo.

A reação contraria delas após séculos de total submissão é conseqüência das falhas do homem quanto aos seus deveres de esposo e amante.

Parabéns às mulheres e mil perdões pela parte que me toca.

ATENÇAO, mulheres: Entre os anos de 1969/72, eu recebia mensagens mediúnicas de uma entidade que se intitulava de Jonathan. Ela profetizou para o século XXI mutação do período de absolutismo do macho. Então, podem começar a se regozijar. Os sinais estão surgindo. Vocês já são cerca de 50% da força de trabalho profissional, se destacam nos esportes, etc. Observem a moda atual de homens com cabelos longos, cozinhando, cozendo, cabeleleiros, etc.

Para comemorar o final do reinado do homem no Planeta Terra, (sou muito idoso e não o alcançarei), compus o poema abaix, Decadência do Machão. Autorizo-as, além de o declamarem, o musicarem para cantar.

Os poetas e cantores do amo, jamais agiram com sinceridade. Chamam-na de “ gatas”, porém eles agem como gatos. Só amam a quem lhe faz mimos.

Durante séculos te conhecíamos

Como da raça, verdadeiro varão,

Dominavas a natureza como justo Adão,

O certo é que dominas tua frágil mulher

Como um tirano patriarca machão,

A explorando de todas a maneiras

E ainda surra-as, puxa-a pelos cabelos,

Como mostram figuras até do outrora.

Séculos depois tu evoluístes um pouco,

De macho homo-sapeins à amante,

Mas para o livre-arbítrio da companheira,

Fizestes ouvidos moucos, mantendo-a servil.

Desconheces que a mulher é inteligente

E ela no recanto do lar, estudou a Lei de Deus

E nela descobriu o item da “reciprocidade”:

E quem aqui faz, paga tostão por tostão,

Irás então para a “prisão do lar”.

Desvencilhar-nos-emos do grilhão,

Sem usar o artifício de maçã,

Dela, conosco saborear e depois

A culpa recíproca negar.

Usamos o corpo voluptuoso e a cuca,

Vamos atar o machão ao dormente,

Fazendo-o “dono do lar”, lavar roupa,

Cozinhando, cozer, trocar fraldas de cocô,

E da prole educar e passear.

Passará a galo velho que no terreiro

Só sabe ciscar, correr e fazer cocoricó,

E manter bela e brilhosa plumagem

E ficar sujeito ao horário de “ração”,

E a “galinha”disposta ao seu xodó.

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 28/07/2007
Código do texto: T582670