Quinta-feira peguei o metrô, lá pelas 9:30h para ir logo ali, perto da Praça da Sé, e depois de entrar no vagão a porta demorou a fechar; o trem estava aguardando a movimentação da composição logo à frente para poder se movimentar também. Aí entrou uma moça bonita e moças bonitas chamam a minha atenção, na verdade, essa se parecia com uma escritora de terror que conheci num evento literário e tenho seu livro na minha estante, mas não era ela.

Aproveitei a viagem para ver meu whatsapp que estava movimentado, mas não consigo me concentrar numa coisa dessas no meio de um monte de gente, porque gosto de estar no meio de um monte de gente. Adoro olhar os rostos, as cores, os movimentos, talvez caçando algo interessante para roubar o momento e escrevê-lo. Foi nessa atividade que reparei na tal moça que se parece com a tal escritora e ela estava brincando com um cubo mágico.

Esse tal de cubo mágico é um “quebra cabeça tridimensional” que foi inventado pelo húngaro Emõ Rubik, em 1974. Um brinquedo em forma de cubo feito de plástico, com seis faces de cores diferentes. Cada uma das seis faces é dividida em nove peças, num total de 26 em todo ele, e cada faixa de três dessas peças giram em torno de um mecanismo central. Sua missão é fazer com que cada face fique apenas de uma cor. Ficou confuso, né? Mas procure no Google por “cubo mágico” e verá como é, acredito que se lembrará como é o tal cubo e o que ele lhe causava.

Muito bem, a tal moça bonita lá brincando com seu cubo mágico e eu olhando os movimentos de sua mão e me lembrando de como eu era bom nisso quando criança, mas que agora não faço ideia de como resolver o enigma. Vendo sua evolução, julguei que ela demoraria para resolver o problema e voltei ao meu whatsapp. Duas estações antes da minha Sé de todas as quintas-feiras, dei mais uma olhada na moça bonita para tê-la por mais tempo na minha memória e qual não foi a minha surpresa ao ver o cubo mágico todo resolvido em sua mão.

Tenho essa péssima mania de subestimar as pessoas, nivelando-as pela minha parca capacidade. Acho que preciso voltar a brincar com um cubo mágico, e enquanto pensava nessa possibilidade, a tal moça bonita, que se parece com a tal escritora, já estava bagunçando o cubo para uma nova resolução, olhando para o nada, talvez pensando em coisa alguma, talvez em mim, provavelmente em algo de maior monta em sua vida, e antes que as portas do metrô se fechassem na estação São Joaquim, ela já estava em plena ação girando e girando as partes do cubo.

Fascinado com aquela técnica e com o movimento do artefato geométrico entre suas mãos rosadas, de dedos longos, mergulhei num rápido flashback da minha infância, sentado no sofá da sala, enquanto rolava algum desenho na televisão preto e branco, com o meu cubo mágico nas mãos. Entre minhas mãos de criança ele parecia gigante, e nas mãos da tal moça parecia pequeno, e tenho quase certeza que eu conseguia resolver o enigma mais rapidamente do que ela, que só terminou quando o trem parou duas estações à frente, na Sé.

Tudo isso só para dizer que gosto de moças bonitas e que adorei a experiência de voltar à infância num flashback de boas lembranças. Mas devo desculpar-me por fazer você perder seu tempo com esse relato bobinho.

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Carlos H F Gomes
Enviado por Carlos H F Gomes em 26/11/2016
Reeditado em 28/11/2016
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