MINHA OUTRA VIDA INVADIDA

MINHA OUTRA VIDA INVADIDA

Fazendo um doce que amargo fica

quando de tarde ninguém avista

posso deliciar-me sozinha reunindo

o que de prazer pede e suplica

antes mesmo de saber que viria

imaginar tudo que houve

ouvi do silêncio que resolvendo

mudar as coisas vendendo algumas

comprando novas aquele agora

sentirá somente alguma falta

se eu for buscar n'outro lugar aflita

mas ao que tudo indica virão me dizer

o que aconteceu com ele ontem

que faz tempo esse dia de ontem

derramas tuas lindas meigas

sensuais madeixas sobre o rosto

escondendo o sorriso disposto

creiamos que gozou faz pouco

ainda quente contava quantos

vasos sanguineos existia

nos meus desejos por que o coração

pulsava coerente com ele presente

se ele não entende que precisaria

de mais um pouco daquilo que

por baixo de tudo que eu tinha

entrava nunca dizendo adeus

esqueci-me de trocar de roupa

e de tirar este sorriso aberto

de felicidade plena da conquista

que deixa eu completamente muda

falando de corpo assim sozinha

o que tento esconder são misérias

histéricas relações de fluidos

querendo o impulso que teimo resolvido

que um soluço poderia fazer voltar

se eu fosse antes lá fora

caminhar desculpando ao lado de um mascote

que não fui dar outro bote

usando o que de mais vulgar

a pele possa ser aberta de boate

indiscreta violando olhos piscando

entre sem favor por favor não saia

minha saia tem além de floridas

cores uma cor estendida

que não permanece quieta

quase assim um risco que corre

abraçando meus quadris informando

que o risco que corre

pode querer mesmo morrer

do teu assassino

mas me dei por fraca diante do insulto

que de luto do ontem perdido

veio elas lembrarem do caso

que arraso você levou ele de braços

nem mesmo o conhecia

salivamos de longe os beijos

quase mastigando os copos

e o sopro indelicado de você passando

entre a gente foi creiamos nós

teu golpe de sorte apesar de ser

uma mulher tão linda esbelta

divertida até quando na sexualidade

explode feito loba na lua cheia

eu deveria ter acabado com estas

forças diabólicas mais cedo

quem diria a placa de "não estou em casa"

que pendurada deveria estar na porta

era o colar qu'eu vestia...

MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old Fashioned Morphine