O filme é uma merda mas o diretor é genial

Para a melhor época do cinema foi a das chanchadas da Atlântida. Todo mundo assistia, entendia, ria, se divertia, ficava satisfeito. Não havia segredo. Havia os galãs como Farney, as mocinhas como Eliana, os bandidos como José lewgoy e Wilson Grei e os comediantes como Oscarito, Grande Otelo, Zé Trindade... E os cantores e cantoras. Não havia complicação e nem diretor genial.

Não vou negar que hoje não há bons filmes brasileiros. Há, mas são raridade, estão complicando. Vejam bem, os dois melhores filmes brasileiros que assisti foram: Dona Flor e seus dois maridos e O Auto da Compadecida. Tudo bem, a crítica pode dizer que é apenas entretenimento. Será? Dois filmes baseados em obras de dois mestres da literatura. Jorge Amado e Ariano Suassuna? Não, são ótimos filmes.

É claro que houve outros grandes filmes como Vidas Secas, Memórias do Cárcere e O pagador de promessas. Mas eu ainda fico com os dois que citei e com as chanchadas da Atlântida.

Dia desses um amigo metido a intelectual se desentendeu comigo porque eu disse numa roda de amigos que não gostava dos filmes de Glauber Rocha. Disse mais: que nunca assisti nenhum deles até o fim. Foi um rebu danado, fui chamado de ignorantaço. Mandei o sujeito para a tonga da mironga do cabuletê, aí a turma do deixa disso nos acalmou, mudamos de assunto, fizemos as pazes, mas no final lembrei a ele e aos putros uma frase, não recordo se de Millôr Fernandes ou de Ponte Préta sobre os filmes "cabeças": - O filme é uma merda, mas o diretor é genial.

Glauber era genial mas eu não consegui entender os seus filmes. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 28/11/2016
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