SISMÉRIA - O lapso causado
SISMÉRIA - O lapso causado
Arrepia um mal estar definindo
o lance vermelho que uso vem sendo
um pintor classico no céu
das bocas dissipando meu hálito
que habita enfático quando
das aventuras da sensualidade
deixo aflorar os masculinos
e seus advinhos de que não
me importo em ser tocada
violada acordada de repente
de surpresa por que vim de trem
pensei hoje os musculos foram
designados a ficaram pouco exaustos
prque calmo exalam mais perfumes
fico desabrochada sentindo leve
fico animada nesta saia ligeira
decorada entre um branco listrado
de curvas rabiscadas desenhando
minhas curvas desenhadas
num fino fio pendurado que
agora descia calmamente
sopro no dorso levemente audaz
coração desequilibra violência
a essência que pede a "despida"
pra ser a frequência do interesse
chegando fazendo morrer a paz
tem meu apelido como vontade
o vidro temperado fosco não está aberto
o tempo lá fora a descoberto
vem recriar o molde escuro
do reflexo não sei pra onde olhar
espelho longe do lugar
vem me entregar desprivinida
quase uma presa oferecida
aqueles olhos "carentes fervidos"
invento um sono escondendo a boca
que sufoca uma lingua que
quer transparecer nos lábios o que sinto
dos afagos nada suscintos vindo
num arraso desamparando a mulher
que foi descuidado no ambiente
quase ausente de fidelidade ao destino
outro porém ressurge do nada
outro ninguém "modelo de água"
desgelando sua viril idiota prosa
quando avisto um lugar melhor
pra ficar ereta flexivel e franca
minha bolsa falando desmancha
sobe com interesse
a saia pro desespero não calar
pro desespero vir se cobrar
no descaso do lugar onde todos
estão indo e ninguem dança
uma transa desavisada permite
ver minha alma vagar suando
blusa que acusa molhada
seios apronta um receio que temo
invocada provocada destruída de tudo
que vinha unido quando tive
esta ideia de subir no trem
poupando meu corpo
que apoupando meu corpo
corro mais perigo de sair cítrica
do que sair criminosa
o que não vou sair é de mentiras
no famoso desleixo do incômodo
que desaprova a sabedoria vital
que incomoda mesmo é o corpo
ficando louco na fúria venal do sexo.
MÚSICA DE LEITURA: Mark Lanegan - Come over turn on