A tragédia da Chapecoense

Tem muita gente que tem medo de voar de avião. Eu, particularmente, nunca quis voar. Conforme estatísticas, o transporte aéreo é mais seguro que o transporte terrestre, devido rigorosa manutenção das aeronaves e ao controle do tráfego aéreo. Portanto, a maioria dos acidentes aéreos é provocada por falhas humanas e não mecânicas.

A queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense não foi uma fatalidade apenas, foi uma tragédia anunciada recheada de falhas humanas. Conforme o jornal boliviano “El País”, Celia Castedo controladora do aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz, Bolívia, apontou falhas no plano de voo da Companhia aérea boliviana Lamia, como a autonomia de combustível do avião ser a mesma do tempo de voo até Medellín, Colômbia, ou seja, quatro horas e 22 minutos, e que faltava um segundo plano de voo alternativo, com reserva de combustível em caso de emergência e sobrevoo antes da aterrissagem. Mas liberou a decolagem.

O certo é que a aeronave deveria fazer uma escala em Bogotá ou em outra cidade para reabastecer. O piloto do avião Miguel Quiroga acreditava que o combustível seria o suficiente, e que faria a viagem em menos tempo possível. O diretor geral da empresa aérea Lamia, Gustavo Vargas, sobre a possível pane seca, pois falta a análise das caixas pretas, afirmou: “tomou a decisão de não parar porque pensou que o combustível seria suficiente”. “Era um piloto com muita experiência que fez seu treinamento na Suíça. Precisamos investigar porque ele tomou a decisão de ir diretamente a Medellín”.

Pelo visto, o capitão da aeronave errou no plano de voo, e a controladora do aeroporto também errou em não cancelar o voo até as falhas serem corrigidas. Para completar a tragédia, o piloto não contava com um imprevisto na chegada à Medellín por volta das 22h em que chovia muito e a torre de controle do aeroporto de Rio Negro realizava procedimentos de pouso de outros aviões, e quando alertou a controladora da torre que tinha pane elétrica por falta de combustível já era tarde demais e se chocou contra o solo a 17 quilômetros da cabeceira da pista causando a morte de 71 pessoas, com 06 sobreviventes.

A verdade é que quando algo de ruim está prestes a acontecer não há como evitar; é como estar num local errado e hora errada. Todo acidente é imprevisível assim como a morte; mas podemos evitar a maioria desde que as normas de segurança sejam obedecidas. Não é porque errar é humano que vamos errar sempre. Achar um culpado para essa tragédia não acho que seja o correto, porque ninguém errou intencionalmente. Mas que as falhas dessa tragédia sejam esclarecidas para que não se repitam novamente. Temos que caminhar sempre para a perfeição tecnológica e menos falhas humanas.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 03/12/2016
Reeditado em 04/12/2016
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