O amor é eterno

O romantismo está se acabando! O amor não pode deixar de existir. Flores? Caretice ou prova de amor? Muitos apontariam para a primeira. Todos procuram amor eterno. Esperam por isto. Proclamam. Nelson Rodrigues dizia que o amor é eterno, se acabar é porque não era amor. Procuramos freneticamente, impulsionados por uma necessidade constante. Amar, amar e amar. Na antiguidade existiam histórias de amor, contavam-nos. Tenho por exemplo a narrativa de Nilcéia, que cortou os pulsos depois que seu marido Bernardo morreu de um câncer fulminante de esôfago. Foi embora com ele. Viver o eterno ao seu lado. A tempos não ouço histórias de amor. O máximo que vejo é uma monótona vida de casados, onde ambos trabalham em excesso, tem uma filha e possuem um cachorro. Vivem por anos e separam-se. O divórcio é uma dádiva. É um escape para quando pensamos estar na encarnação certa. Peço o divórcio. Eu fico com o cachorro e você leva o sofá! São estas as histórias que ouço. Canso-me! Sou um dos poucos de minha geração que acredita no amor. Não o vejo como uma masmorra. És até um tanto simples. Mas apenas um tanto, não muito.

Temos que viver 15 encarnações para encontrar o amor. Até lá ficaremos andando perdidos, procurando e procurando. E quando nos apaixonamos, que ficamos aprisionados numa escravatura intrínseca? Aficionados, embasbacados, pensativos, tristes..

Precisa-se resgatar o amor! Dedicar-se de corpo e alma à pessoa amada. É altamente perceptível esta necessidade.