SISMÉRIA - o amor comigo

SISMÉRIA - o amor comigo

Os mendigos mingados pedidos

que fiz ontem nesta mesma hora

estão em dúvida quanto ao destino

que me incomoda perdido no corpo

é prova completamente delirante

destas horas "comprimidas"

o carinho tomado pseudônimo

de mulher quase invadida

distraem o vento levando embora

goticulas parecem aparecem nascendo

entre meus pêlos desenhados

no meio entre o umbigo

que afeta quem tira minha vestimenta

íntima intima não ficar

sonhando qual filme já não passou

pela minha vida onde desenhei

o melhor dos destinos aquele

que causa os grandes ferimentos

com este pouco de mim

quase transparente ruivo pintado

numa pele branca nevada

de trinta e poucos anos desliza

goticulas destes seios oferecidos

na ceia que acabei gostando sozinha

será que ela traz sentidos

e procura mostrar que seriam

águas derramadas na loucura

das mágoas ressentidas por um desdém

esse alguém que acaso não estou

suando por isso

estou masturbando um princípio

que poderia ter causado mais emoções

que isso

e nas visões alguns estranhos vivendo

vão morrendo com isso

minusculas águas salgadas

procuram invadir o desenho

a qual venho matando minha sede

a sede das virilhas estão bebendo

todo o inicio

elas podiam ser de certo tamanho

e também carnívoras

atingindo o ofício que seria dele

atingindo sozinha

eu me tinjo de "coitada"

e fico insuportavelmente vencida

decidida a descer feito elas

mas diferente do que é amargo

só esse perfume citrico

indigo blue jeans colante

p'ra acentuar o que digo de corpo.

MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old Fashioned Morphine