A nos e a Vos spero nos

A nos e a Vos spero nos

Ha duas décadas, o memorável Roberto Campos publicou no Zero Hora de Porto Alegre “A viúva Margot e o Monstro” a crônica faz apologia, entre o Estado frio e calculista e uma pobre viúva de um empresário, ao qual tudo lhes fora espoliado, com exceção de um precatório emitido pelo próprio governo. A viúva cansada, envelhecida, doente e faminta, acabou por morrer na mais absoluta miséria, despercebida pelo Estado e Pela Previdência Social. Um descalabro tão comum e inerente aos princípios basilares e elementares da Constituição e como se não bastasse dos próprios direitos humanitários.

No Brasil, se fizermos o comparativo entre administradores e administrados, em que pese os poderes constituídos do nosso pais, que articula, manobra, regem e desencadeiam uma guerra fria e silenciosa e até mesmo cruel contra um povo ao qual, tudo lhes foi tirado sob a alegação de que o Estado se encontra falido, e a única solução é tirar os direitos de um povo pobre, tão duramente adquiridos, para sanear o caixa da nação saqueado por eles próprios, pois a comparação entre eles e o povo, seria no mínimo ultrajante. Noticia-se que os governos militares mataram e torturaram milhares de brasileiros, mas o que estão fazendo hoje é um verdadeiro genocídio com o povo brasileiro, sob a pálida luz de uma aparente revolução social em que os poderes se enfrentam e os políticos se canibalizam em uma batalha vergonhosa, em que os podres são demonstrados à calha de um verão intenso e, que os derrotados pelo sistema, após detratados, humilhados vão parar nos cárceres da podridão e da degradação humana, enquanto o pobre e desvalido povo brasileiro, hoje vai ter que ir às ruas pedir esmolas, ou mesmo o direito de sobreviver daqueles que fizeram ou fazem malversação do erário publico. A suplica hoje, vai para aqueles que pretendem modificar a legislação previdenciária, mas precisamente àquela que afeta os mais necessitados, aqueles que deram sua juventude, seu suor e seu sangue num trabalho incansável da atividade primaria, que são os nossos pequenos agricultores, pescadores e criadores, para que não mexam com esse povo, tirem de vocês que ganham muito e deixem em paz os pequeninos de Deus. Que se sintam possuídos, tocados pelo espirito natalino, do advento de nosso Senhor Jesus Cristo, e busquem em Vos uma solução para o problema que não seja a punição de quem já nasceu punido pela própria vida.

Airton Gondim Feitosa