ANO 2016

Ele, o 2016, está indo embora... Chegou cobertinho de esperanças, como todos os outros, muita pompa e tim-tim espumantes e desejos transbordantes na sacola.
Vai com muitos pedidos sofridos de que se apresse e carregue tudo que nos fez sofrer, recebendo muitos gritos desaforados de quem fez, na chegada, papel de amigo e que, agora, está sendo expulso, empurrado mesmo, sem demora.
É, ele está indo embora... pra mim, teve uma importância imensa quando abriu meus olhos e esclareceu pra que veio desse jeito; disse, através dos fatos, que precisávamos melhorar nossa visão e aperfeiçoar nossos sentidos; explicou que precisávamos desta dor pra que enxergássemos, de vez, as falsas luzes do caminho e mostrasse o quanto ficou escuro, tenebroso mesmo, os trilhos tão tortuosos que nos trazem de volta ao ninho.
É, ele está nos deixando entre decepções e mágoas, entre dor e, pra muitos, desespero. Sua missão foi, dolorosamente, cumprida e nos deixa essa sensação de derrota e muitas perguntas do que fazer agora, parecendo que tudo aquilo que sempre lutamos pra conseguir nos foi vergonhosamente roubado, deixando, por aí, restos de um feliz outrora!
Ele é o 2016, um menininho que chegou enganando e todo risonho e bem alegre como tantos outros,  vai partindo como um velho encurvado, carregando um fardo gigantesco das nossas tristezas e dos infortúnios, com muitas lágrimas e decepções nas costas.