INVENTOS (QUASE) ÚTEIS

Nas horas vagas gosto de brincar de inventor. Dentre as jóias que pretendo patentear e que, tenho certeza, serão de grande benefício para a humanidade, está meu “velocímetro para caminhantes”. Sei lá, com tantas taxas e multas que existem, não é improvável a criação de uma multa para os que, como eu, adoram caminhar e, em seus passos, ultrapassarem certa velocidade.

É um aparelho semelhante a uma máquina cortadora de grama, cujas hastes são adaptadas nas pernas da pessoa. Pode ser conduzido atrás ou na frente do caminhante; nele, está instalado o medidor da distância percorrida.

Não gasta combustível. Possui opcionais, como espelho retrovisor, assento de couro para o proprietário poder descansar durante suas paradas e um recipiente para guardar sanduíches. Quando não utilizado, pode ser fechado, tornando-se semelhante a um guarda chuva. Prá-tico, não?

Aproveitando o embalo, apresento também meu “guarda-chuva virtual”. Trata-se de um campo magnético de forma esférica, invisível, que flutua a alguns centímetros da cabeça do proprietário. É ativado pelas gotas da chuva, quando então se materializa (em quatro lindas cores, a escolher), proporcionando proteção para até duas pessoas. Sua grande vantagem é que não incomoda, não pode ser esquecido Deus sabe onde e deixa as mãos do proprietário livres.

Minha invenção preferida, no entanto, é o aparelho que batizei de “no accept”. É um pequeno dispositivo, munido de um microfone, que se instala dentro da boca do indivíduo, parecido com um aparelho ortodôntico. Para que serve? Quando lhe fizerem propostas indecentes, pedidos de empréstimo ou qualquer outro tipo de desa-foro verbal, o aparelho se ativa e diz “NÃO” em cinco idiomas. Mesmo querendo, você não conseguirá controlá-lo. Com tal aparelho, acabou-se aquele negócio de, mais tarde, dizer arrependido: eu não queria, mas não tive jeito de negar.

Agora, leitor, se você adorou essas invenções, não pode deixar de conhecer meu prático triplicador de ordena-dos...