FREUD EXPLICOU E COLOCOU O DEDO NA FERIDA, MAS GENERALIZOU

“O INCONSCIENTE É UMA PRISÃO DE SEGURANÇA MÁXIMA NA QUAL OS TRAUMAS SOFRIDOS NOS DEIXAM APRISIONADOS, E NISSO ESTARIA A RAIZ DAS INFELICIDADES HUMANAS”.

Freud neste caso foi um pouco generalista, o antes da vírgula está correto, mas não para todo mundo, pois uns são mais fortes que outros e sabem lidar melhor com as emoções e decepções, já o depois da virgula “e isso é a raiz de todas as infelicidades humanas” também está certo para muitos casos, mas não para todos.

Uma (o) adolescente romântica (o) vê-se traída (o) por aquele(a) a quem eles queriam tanto bem.

Este tipo de trauma sempre foi igual, não importa a época da humanidade.

Esta dor de alma sempre teve o mesmo potencial, pois traição sempre foi o mais infame ato humano.

Hoje se fala muito em relacionamentos abertos, mas este tipo de relacionamento só é possível quando a base do relacionamento é puramente sexual, físico, ou quando a separação não ocorre para não serem divididas fortunas, nem cair o padrão de vida de ambos, mas neste caso só passa a ser divido o mesmo teto em comum acordo.

Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram quem trouxeram estes procedimentos a público.Mas que ninguém se iluda que este casal não tenha tido problemas, pois tinham um pacto de infidelidade “só a nível físico”, mas morriam de ciúme quando o nível passava ao emocional, então este assunto não é assim tão simples e ambos tinham parceiros fixos e secretos, que escondiam um do outro, então estes relacionamentos fora do pacto se caracterizavam como traição.

Então que modernismo é este? Pura idiotice uma vida stressada assim, pois nada substitui estarmos com quem gostamos mais, ou mantiveram esta vida para não perder os holofotes sobre si mesmos, por pura vaidade, neste caso intelectual.

A natureza é perfeita e o normal é a harmonia e a afeição entre as partes, já o excesso de erotização, tido hoje, é uma anomalia que já levou muitos outros povos à bancarrota como os romanos e babilônicos no passado, só para citar alguns, então não devemos esperar coisa boa para a nossa sociedade, pois hoje o sexo foi elevado ao nível de vicio, o "bezerro de ouro",  ou a um mal que tira a paz de muitos, pois não se satisfaz.

O caso de viciados em pornografia já não é uma raridade nos dias de hoje e já entrando no rol dos males mentais, e cada vez avançando mais, assim como a fobia por relacionamentos afetivos, sendo que já existe a tempos grupos de auto ajuda anônimos para estes males, a exemplo dos alcoólicos anônimos.

Lembro-me sempre do caso do bombeiro com a atriz que o ostentava como um troféu, mas se esqueceu que tudo tem consequências e o bombeiro levou a pior, conheceu a boa vida que ela lhe dava e depois ele não soube viver sem o glamour provado, viciou-se na cocaína que conheceu neste meio, e em overdose morreu.

A experiência não passou em branco também com a atriz, que antes era exibicionista, e hoje leva a sua vida privada mais reservada, sem expor “as suas conquistas de caras mais jovens”, assim como serviu para outras iguais também baixarem a bola, pois, afinal, com dinheiro e boa vida todo mundo consegue parceiros aos montões, tanto homens como mulheres.

Conquistadores como o personagem literato “Casanova” sempre existiram e sempre foram vistos com inveja por muitos homens, quando não deveriam, pois sempre foram deixando atrás de si tragédias pessoais e muitas fobias afetivas com as suas ilusões e expectativas criadas e não correspondidas.

E muitas meninas adolescentes estão curtindo estes mesmos hábitos e a ressaca destes tempos será irreversível, se vangloriam sobre o número de conquistas, feitas até na mesma noite.

Outro problema é que hoje os relacionamentos são normalmente apenas paixões, muito comumente confundidos com amor e, nestas sim, o sexo é a base da relação e onde as decepções são tremendamente comuns.

Sempre na história proscrita do homem, os mais salientes sempre foram os mais invejados.

Se você acha que a humanidade evoluiu desde aqueles séculos XVI/XVII do Casanova, cabe lembrar que em plenos anos setenta do século passado, ou seja, há apenas 40/50 anos atrás, muitas filhas eram expulsas de casa se caiam no papo de algum, e não eram só garotas do interior não.

O setor afetivo tem que estar alinhado para podermos ir à busca de outras evoluções e crescimento para o nosso ser, mesmo que tenha sido a opção de não termos ninguém, lá fora muito comum a muito tempo, mas por aqui os lares de uma só pessoa já é cada vez maior na estatística.

Mas este lado tem que ser bem resolvido, pois se não, cedo ou tarde, isto será colocado de novo na nossa frente. Nada na vida de um ser humano pode ser deixado para trás, pois um dia este vácuo cobrará o seu preço.

Não sabemos de tudo, não somos iguais a ninguém, nem intelectualmente, nem afetivamente, em nada, mas saber conversar sobre tudo e sobre o que sentimos é importante, nada deve ficar escondido lá no fundo da alma dentro de uma mala fechada.

Poucos filósofos foram felizes, e não poucos foram pensadores intelectuais tentando não transparecer suas lacunas emotivas, não mostrarem suas carências escondidas muito bem atrás da pretensa sabedoria, e a única finalidade do conhecimento é nos aproximar da naturalidade que é onde está o preenchimento pleno do nosso ser, fora isso, qualquer filosofia realmente é vã, se não leva nem o seu autor à felicidade própria, como no caso de Nietzsche, para ficarmos só num exemplo mais conhecido.

Quantas carências não se carregam pela vida inutilmente por não sabermos superar este mal que nos aflige desde tempos idos, e como disse a educadora Sherry Turkle: “Se não soubermos ficar sozinhos, só saberemos ser solitários”.

Mundo louco que a humanidade criou para si, mundo cada vez mais preenchido de solidões e de amarguras escondidas, sofrimentos anímicos feitos buracos negros na alma sempre ansiosa por paz.

 “Conhece-te a ti mesmo”, bons tempos em que o ser humano vivenciava esta frase na sua plenitude.


                            .........................................
‘O ser humano somente não deve deixar-se dominar pelo desejo sexual, tornando-se escravo dos seus instintos, caso contrário ele os transforma em paixão e com isso o que é natural, sadio, torna-se vicio doentio.’ Na Luz da Verdade – Abdruschin
www.graal.org.br