Vizinhos, vizinhos... (anjos ou pedras no caminho?)

O mote sobre vizinhos deixou-me por alguns dias pensando o que contar... Afinal, foram-se quase trinta anos na mesma rua, na mesma casa...

Daí veio-me à lembrança alguns episódios engraçados, promovidos por meu filho e o seu amigo, vizinho de frente. Eles estavam sempre juntos, os dois deviam ter na época uns doze anos, (nasceram com diferença de meses apenas). Eles gostavam de perturbar um casal vizinho à minha casa, liberdade que, pelos mesmos lhes foi concedida. O senhor era por eles chamado de tio, já que foram criados praticamente dentro de sua casa, mas o dito cujo era aquele tipo ranzinza e que não aceitava ver os meninos brincarem na rua, principalmente em frente à própria casa. Numa noite qualquer os meninos resolveram mudar suas brincadeiras e foram até o lote vazio que ladeava a casa do mesmo e com uma vara, batiam na janela lateral, pedindo pra que ele abrisse, senão iriam arrombar, como se fossem ladrões. Tudo isso tentando assusta-los, coisa de criança. Lógico que o vizinho percebeu de quem se tratava e para assustá-los, saiu dizendo que havia ligado para a polícia. Foi uma lição daquelas, os dois ficaram temendo irem presos. Naquele dia nem seria preciso um sermão de mãe, e por um longo tempo eles não saíram à rua, preferindo inventar outras brincadeiras. Mas como toda criança esquece o malfeito, num belo dia, lá foram todos os guris da rua, inventar uma poção fétida (receita do amigo que havia aprendido uma experiência nova na escola), daquelas piores do que ovo choco e pra completar a façanha, decidiram por colocar a embalagem fedorenta bem na janela do quarto do casal. No outro dia quando a vizinha foi abrir a janela, a embalagem caiu, quebrando-se. Imaginem a próxima cena... Depois dessa eu fiquei sem vizinhos por algum tempo! Mas nessa eu não me omiti e ele teve o castigo que merecia. Quanto às outras mães eu já não sei quais foram suas atitudes. Hoje a esposa do mesmo, (já viúva) lembra e ri do episódio, mas na época a bronca foi grande, contando que, além do mau cheiro, não havia nada que desodorizasse o ambiente. Apesar desses pequenos incidentes promovidos pelas crianças sempre tivemos uma boa relação entre todos.

Dizem as boas línguas que, vizinho é mais do que um parente, pois quando ocorre algo de ruim ou de bom é ele que está por perto pra ajudar, compartilhar, socorrer. E por aqui essa filosofia tem tudo a ver!

Nina_31/07/2007 - 00:35