Coisas de reveillon

Quando chega final de ano é muito comum ver na televisão – e também em outros meios – dicas de como se vestir para a virada do ano, o que comer, que simpatias usar para atrair coisas boas e outras informações semelhantes. Para uma grande parcela da sociedade isso é muito importante, e é bom não errar.

Não quero discutir até que ponto isso é válido ou não. Todos sabemos do poder da mente humana e de como podemos fortalecer ou atenuar qualquer ideia que trazemos. Mas tenho pensado sobre a facilidade que as pessoas têm de projetar em objetos ou ações aquilo que é primeiramente resultado de suas ações. Todas essas coisas parecem ser uma maneira de fugir do óbvio direito de escolha.

Somos nós os primeiros responsáveis por nossas vidas e por mais que fatores sócio-político-econômicos influenciem-nas não são determinantes. Diante de cada acontecimento ou situação, pessoas diferentes agem de modo distinto. Não somos máquinas programáveis. Por mais negativo que seja um acontecimento, a maneira como o encaramos e o significado que lhe conferimos é o mais importante. Não podemos escolher aquilo que nos acontece, mas escolhemos o modo como compreendemos e as atitudes que vamos tomar.

Muito mais importante do que pensar na cor da roupa a ser usada na passagem do ano – que nada mais é do que uma convenção – ou no que comer para trazer sorte, é pensar com que ânimo vamos enfrentar as adversidades que surgirem no novo ano e com que força vamos lutar por aquilo que desejamos.

De nada adianta fugir de nossas responsabilidades. E a maior delas é, sem dúvida, a responsabilidade de sermos pessoas plenas e felizes, não obstante tudo o que nos afeta. Que na virada de cada ano possamos retomar nossos valores, reafirmar nossos ideais, fortalecer nossos sonhos e não desanimar jamais.

Manoel Gomes Filho
Enviado por Manoel Gomes Filho em 30/12/2016
Código do texto: T5867439
Classificação de conteúdo: seguro