O CRIOULO DO CABO VERDE

A República do Cabo Verde ocupa um arquipélago de ilhas vulcânicas na costa ocidental da África, inicialmente, totalmente inabitadas. Há especulações sobre o seu descobrimento. Segundo alguns historiadores, foi na década de 1450; segundo outros, em 1456 pelo infante Diogo Gomes. Mas parece que a versão mais correta é que foi em 1457, pelo genovês Antonio da Noli.

O território foi povoado por africanos de varias etnias, escravos que vieram de diversas regiões do oeste da África. A partir da abolição do tráfico de escravos, Cabo Verde passou a enfrentar um longo período de decadência, sobrevivendo basicamente da economia de subsistência. Nessa época, europeus e africanos foram se miscigenando e constituindo um só povo uma nova cultura, fazendo do crioulo a língua da grande maioria mestiça.

O crioulo do Cabo Verde, resultado da expansão de Portugal na época dos descobrimentos, antes mesmo de chegarem ás outras terras descobertas no Brasil e na Índia, portanto, formou-se gradativamente no século XV pela população das ilhas com palavras e estruturas gramaticais da língua portuguesa e empréstimos de línguas da costa ocidental africana. Portanto uma língua neolatina surgida a partir da portuguesa.

Documentações sobre a antiguidade da língua são difícieis de encontrar devido ao ostracismo a que o crioulo do Cabo Verde foi relegado no período de colonização e governo de Portugal. Mas sabemos que surgiu antes mesmo do aparecimento do português na América.

O uso do crioulo era duramente desencorajado pelo governo colonial português que não o considerava como instrumento de comunicação popular e obrigava o uso da língua portuguesa como única.

Durante um longo período de sua existência as pessoas de Cabo Verde não se consideravam como verdadeiros cidadãos porque se sentiam subtraídos em seus acessos a mecanismos de participação em decisões gerais do país. Era uma população excluída, manipulada pela metrópole, Portugal. O domínio era total.

O período do nacionalismo do Cabo Verde surgiu entre os anos de 1958 e 1975 com a criação do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde – PAIGC. Nesse período, o crioulo do Cabo Verde começou a ressurgir como uma das formas principais da luta contra o colonialismo português. Nesse período o nacionalismo no país se revigorou com o incremento de uma cultura jamais imaginada pelos dominadores. Foi nessa época que coincidiu com a crise do regime salazarista e surgiram com vigor a literatura, a poesia e a música caboverdiana em língua crioula. E Cabo Verde finalmente se tornou uma nação independente.