A vida no campo

- Sob a sombra de uma mangueira o "Véio " Inocêncio descansa de horas pesadas no trabalho SOL A SOL.

- O seu esforço começa antes mesmo, do amanhecer de um novo dia. As cinco horas da manhã ele acorda costumeiramente para o preparo de seu indispensável cafezinho.

- Água sobre o fogo do fogão a lenha. Entre a fervura e o tempo para despejá la no velho e surrado coador...

- Ele se dirige até a bica próxima a porta que dá fundos para o quintal e apressado lava o rosto e após alguns gargarejos, se olha num pedaço de espelho pregado na parede, aponta uma lanterna vermelha, passa as mãos sobre o pouco cabelo que resta, e se dirige a beira do fogão para ver se a água está no ponto para ser despejada no coador.

- O cheiro de café torrado e moído de forma artesanal pelo próprio "Véio " Inocêncio exala de um canto a outro do velho casebre. Com uma caneca esmaltada na mão, despeja sobre ela o café, que desce suavemente do bico do bule.

- Entre um e outro pedaço de broa ele sacia sem pressa na sua primeira refeição do dia. Depois de enrolar alguns pedaços de broa em um pano branco um tanto encardido pelo uso constante. No preparo da merenda que o sustentará, até a hora do almoço. Se despede da "sinhá" Teresa, que momentos antes, tinha surgido á porta da cozinha atraída pelo cheiro do café, enquanto o "Véio " Inocêncio dava os últimos goles...

- Hora de seguir mata a dentro! Terreno de vários alqueires e uma plantação que exige cuidados constantes. É PRECISO separar o joio do trigo. E não descuidar de ervas daninhas que nada mais FAZEM - senão destruir a lavoura.

- É preciso também afofar a terra, e abrir valetas para a água que vem da ribeirinha possa escoar livremente para manter a terra úmida, e assim dá vida as plantas.

- O "Véio " Inocêncio sabe que não haverá boa colheita sem a boa semente semear, e sem da terra e das plantações cuidar. Por isso, o seu esforço dia a dia... para manter a obra de suas mãos calejadas.

- Serviço duro, e a constatação se dá pelo suor que, desce em seu rosto, A ponto de deixar a CAMISA molhada e colada no corpo.

- E é assim, que o "Véio " Inocêncio encontra tempo para á sombra de uma mangueira, entre um intervalo e outro, descansar de seu grande e árduo esforço no cuidado com a terra, de onde tira o sustento dele e de toda a família.

Nivaldo Duarte
Enviado por Nivaldo Duarte em 31/01/2017
Reeditado em 31/01/2017
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