Eu Também Vou...

O genial João Nogueira escreveu, em meados da década de 1970, a música “Morrendo Verso em verso”. Neste samba, ele relata o fim de um amor, mostra o sofrimento do ser humano pela falta da amada, suplíca a volta dessa pessoa, que não voltará mais.

Não adianta pestanejar, bater o pé, fazer pirraça. A água já passou por debaixo da ponte e, agora, só resta levantar a cabeça, virar a página, escolher uma em branco para escrever um novo capítulo. Capítulo este que precisa de nomes, cores, tamanhos e assuntos diferentes daquele que ficou atrás.

Mas a realidade é dura, crua, fria e indigesta. Ela chega, não bate à porta, entra, como se a casa fosse dela.

Depois desse choque inicial, ela mostra quem manda na relação e, indiferente dos seus faniquitos, não é tão fácil, assim, fugir da primeira pessoa do singular, muito menos da terceira.

João Nogueira morreu de Verso em Verso, e eu… Acho que também vou, de uma forma muito menos poética…

Igor Rocha BH
Enviado por Igor Rocha BH em 03/02/2017
Código do texto: T5901561
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