OS MONGES DO DESERTO NOS DEIXARAM UMA HERANÇA

Muitas vezes fui incentivado à pratica da meditação pelas revistas e artigos que lia na esperança de reduzir o estresse. Andei por alguns caminhos e por fim, resolvi buscar alguma reunião de pessoas que vivenciassem tal experiência. Nessa caminhada, encontrei o endereço de um grupo que praticava o que eles denominavam de Meditação Cristã. Parecia um tanto controverso esse título, visto que, à princípio, meditação sempre me remeteu ao hinduísmo e budismo. Curioso, liguei para o líder de um desses grupos localizados aqui no Rio de Janeiro.

O Sr. Jader, um senhor carismático e sereno, me recebeu numa tarde de janeiro para o encontro de meditação, onde haviam somente mais algumas senhoras. Entretanto, fiquei bem a vontade, pois o ambiente propiciava certo sossego. Jader me explicou que, embora não houvesse tanta divulgação, o ato de meditar já era uma prática dos monges nos primeiros anos da Igreja Cristã. Conhecidos como Padres no Deserto, esses religiosos isolavam-se a fim de contemplar o Criador. O objetivo não era o de clamar, suplicar ou pedir pela Presença Divina, mas sim descansar na companhia Dele.

As propostas de respirar mais pausadamente e desistir de usar o intelecto nas preces me acertaram em cheio. Relaxar o corpo, mas permanecer atento, parecia uma interessante proposta. Percebi que a meditação é difícil para quem não aceita a sua simplicidade. Deixei de lado minhas teorias e resolvi experimentar na prática. Ainda me parece um baita desafio, mas continuo tentando andar na trilha da disciplina espiritual, crendo que este é um remédio eficaz para as ansiedades modernas.

Medite!