Ah! Saudade...

Dizem que a palavra saudade só existe na Língua Portuguesa. Acho que seria impossível, pelo menos para mim, viver sem pronunciar essa querida palavrinha. E sem viver a emoção do sentimento gerado pela saudade. Na verdade o sentimento é mais importante que o vocábulo.

Entendo que certos sentimentos não são yraduzíveis em nenhum idioma. Exemplo: há certas saudades que são totalmente particulares, solitárias e secretas. Sentimo-las mas não comunicamos a ninguém. São as saudades mais fortes porque quase proibidas e que vão permanecer escondidas dentro de nós, mas vivas e bulindo. Para sempre.

Acho que quem não sentr daudade é doente. E é alguém perigoso. A saudade é um estado de espírito. Recordar o passado é positivo e absolutamente normal. Desfiar o rosário das saudades é um exercício que humaniza o ser humano. Retempera as forças para os embates do hoje e do amanhã. Quando mergulhamos no mais recôndito do nosso âmago recordando os tempos de criança e de sdolescente ficamos mais leves, mais ternos e de bem com a vida.

Muita coisa já foi escrita e cantada sobre a saudade, mas um trecho de uma reflexão de Joaquim Nabuco eu gravei na memória: "Entre todos os vocábulos não deve haver nenhum tão comovente quanto a palavra portuguesa saudade. Ela traduz a lástima da ausência, a tristeza das separações, toda a escala de privação de entes ou objetos amados; é a palavra que se grava sobre os túmulos, a mensagem que se envia aos parentes, aos amigos. É o sentimento que o exilado tem pela pátria, o marinheiro pela família, os namorados um pelo outro, apenas separám-se. Saudade sentimos da nossa casa, dos nossos livros, dos nossos amigos, da nossa infância, de dias idos".

Lindo o texto de Nabuco, mas acho o verso do poeta e cantador sertanejo, Antonio Pereira, ainda mais bonito e verdadeiro: "A saudade é um parafuso/ que quando na rosa cai/ só entra se for torcendo/ porque batendo não vai./ Mas quando enferruja dentro/ nem destorcendo não sai".

Ah! Saudade... Inté.