QUE JOGO PERVERSO É ESSE?

Quantos riscos corremos em viver e não pensar? O que nos aconteceu nos últimos anos que transformou a grande maioria de nós em zumbis e uns tantos em déspotas (aquele que é viciado em poder, em mandar) pouco esclarecidos ou de nenhuma razão? Quanto poder temos na palma da mão mas, o que fazer com nosso smartphone?

A vida pode ser uma grande aventura, o desafio de um abismo a ser transposto com alegria e energia. Mas não é assim que acontece, não a todo o momento e nem com todas as pessoas. Muitos de nós pisam o mesmo lugar sonhando voar como voamos na infância um dia; a infância engolida pelo tempo que amanhã ultrapassa a velocidade de ontem. Com a maturidade batendo às portas, muitos se comportam como se a adolescência fosse limbo eterno ou durasse até o fim da vida. A hora da escolha certa dissolveu-se no ar como tudo e a impunidade se tornou um valor inestimável a ser conquistado...

Os sonhos desapareceram? Não há nada onde você pensou ser o fim da linha? “Fim do túnel” nem é piada que se conte...?

A vida que seria breve aos 20 anos tornou-se uma longa jornada e as apostas no futuro ficam cada vez menores. Você não tem mais um milhão de amigos e até gosta de estar sozinho. Pouca coisa vale o esforço de sair da cama além da obrigatoriedade do trabalho e a esperança de sacar o saldo do FGTS para fomentar a economia do país já que a responsabilidade do fracasso da nação é sua...

Quando uma ideia nova descortina o horizonte, é euforia. Passa ou sufoca. De vez em quando uma novidade amanhece o dia permitindo a ilusão de um recomeço. Quem sabe o povo acorda, quem sabe o país acorda, quem sabe eu posso... A torcida anônima vibra: quem sabe é um novo caminho que se abre? Uma nova onda ou bolha de especulação que ainda não foi explorada? Rapidamente você percebe que é o mesmo e velho caminho de onde veio e sabe que não quer mais ir por ali...

Então, você tateia essa enorme parede que te cerca. A força da alegria e a energia para seguir desaparecem. Você olha para os lados e vê que está tão sozinho como a multidão que te cerca. Parede e abismo se confundem. O retorno é inviável e você decide que é melhor seguir em frente... voltando!

Você aceita que está andando para frente porque olha a imensa parede à sua frente quando sabe que anda para trás, sem sair do lugar. Seus passos deslizam como num pesadelo do qual não pode mais acordar. O caminho por onde veio fica cada vez mais estreito.

É preciso decidir para não envelhecer (ou enlouquecer diante da inexorável verdade). É preciso decidir, decidir rápido. Mas a cada vez que a sua consciência aciona o alarme você não decide.

Não pesar perdas ou danos, é procrastinação. Melhor não concluir nada. O melhor parece mesmo esperar...

Esperar para ver o que acontece porque cada um de nós intui que não está de fato sozinho. Que o mal estar é de todos nós, da coletividade; Quem sabe o salvador ainda virá? Ou Don Sebastião ou Jesus venham restituir a grandeza do império de nossos sentidos anestesiados.

Desconfio que você já sabe porque também é permissivo. Fazer a diferença é demonstrar falta de caráter (que país é esse?). As ilusões estão de novo perdidas e o jogo viciado a que você assiste prossegue. Nesse cenário, com o seu consentimento ou sem ele "permitir" não vale sequer esse post.

Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 11/02/2017
Código do texto: T5909187
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