Uma conversa improvável, porém real.
Estava atendendo a última paciente do dia. Alguém bateu a porta do consultório, e a enfermeira Simone Ribeiro abriu.
--- Oi. - disse Aline Perini. Sem adentrar ao consultório. Prosseguiu. --- Preciso falar com você.
Atendi a paciente e Simone abriu a porta, conduzindo a gestante para os exames de praxe, e pediu para que a minha esposa entrasse.
Trocamos olhares entre os três. Então eu disse olhando fixamente nos olhos de Aline.
--- seu esposo esteve conversando comigo.
Ela fez uma cara de espanto, obviamente não estava entendendo nada, do que eu estava dizendo.
Depois abriu um largo sorriso e inquiriu.
--- posso saber o que vocês conversaram.
Simone não sabia se ria ou se algo estava acontecendo fora do alcance de seus pensamentos. Ficou estática, queria ouvir o restante da conversa. Chamou uma das auxiliares e disse qual procedimento teria que ser feito. MOÇA curiosa esta chefe da obstetrícia.
Esbocei um largo sorriso, e falei em voz compassada.
--- ele disse que te ama, que te ama muito, muito mais do que o coração dele permite..
Aline encostou a porta, ficamos os três um olhando para o outro. Eu simplesmente me fiz de inocente.
--- ele disse mais alguma coisa? - Aline perguntou novamente.
--- Sim. - fiquei quieto, queria fazer suspense.
Mulher é sempre curiosa, e enfermagem é mais curiosa ainda.
--- posso saber o que mais ele disse.
--- pode. Disse que você o faz o homem mais feliz do mundo, não sei se você deve acreditar muito em homem, eles sempre contam algumas mentirinhas para conquistar uma mulher.
Ri. Abaixando a cabeça para que ela não visse o meus sorriso.
--- entendi. - disse ela. --- parece que vocês são grandes amigos, com certeza falaram mais alguma coisa.
--- falamos sim.
--- gostaria de saber o que ele falou a mais.
Peguei a caneta e comecei a preencher alguns papéis, fazendo de conta de que não tinha escutado suas palavras.
Ela se aproximou um pouco mais, retirou a caneta da minha mão.
--- o que mais ele disse?
Olhei primeiro para a minha esposa, depois para a observadora que atenta escutava o diálogo um tanto surreal.
--- disse que queria ter te conhecido antes, muitos e muitos anos antes, para assim aproveitar toda a felicidade que ele esta sentindo hoje.
--- sei. -
Na verdade a diferença de idade entre nós é enorme, mas sinceramente eu me sinto mais jovem, mas disposto, mas feliz com a vida. Até os problemas se tornaram mais fáceis de serem resolvidos. O tempo esta demorando mais para passar. Os minutos se tornaram horas, as horas se tornaram dias, os dias se tornaram meses, e os meses se tornaram anos. Assim estou aproveitando cada minuto que possa junto a mulher que amo, não sei ainda por quanto tempo eu poderei desfrutar do seu amor, do seu carinho, da sua boca, do seu sorriso, do seu prazer.
--- Pois bem doutor, vou lhe dizer uma coisa, logo que é tão amigo do meu marido, gostaria que lhe desse o seguinte recado.
Percebi que a voz de Aline mesmo sendo meiga, demonstrava um sentimento de austeridade. Como se dissesse. - Olhe, diga para o meu marido, tudo o que eu vou dizer, e espero que ele entenda o que o meu coração esta falando.
Ela começou então a dizer.
--- diga a ele que eu o amo da maneira mais profunda que uma mulher pode amar um homem. Diga também, que ele me fez e sempre me fará feliz, porque me trata como uma mulher amada, querida e respeitada. Diga-lhe um pouco mais, diga também que junto dele o tempo não passa, que ele me faz rir, ele me dá prazer, alegria de poder viver os segundos, os minutos, todas as horas, todos os dias. Não me preocupo com o tempo, eu e ele sabíamos o que estávamos fazendo quando resolvemos ajuntar nossas escovas de dentes. Por último, diga a ele, como você disse que são tão amigos, que no mês que vem faremos um ano de casados, e que eu o quero por muito mais anos. Como ele vai fazer eu não sei, mas não quero perdê-lo nunca.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas.
--- Posso lhe dizer uma coisa Aline?
--- pode.
--- o seu marido é o homem mais feliz do mundo, um homem de sorte, eu queria ser ele.
--- Amor. - disse ela já esboçando um sorriso. --- Você é ele.
Minhas lágrimas já estavam secas.
--- Eu sei... é por este motivo que as vezes eu faço estas brincadeiras idiotas, só para ver que não estou sonhando. O que você queria mesmo falar comigo? - perguntei já levantando-me da cadeira e indo em sua direção. Meu horário de trabalho já tinha terminado e o dela também.
--- Aqui temos que nos comportarmos. - disse ela puxando-me pelo braço. --- vamos para casa, á a conversa é outra.
Estava atendendo a última paciente do dia. Alguém bateu a porta do consultório, e a enfermeira Simone Ribeiro abriu.
--- Oi. - disse Aline Perini. Sem adentrar ao consultório. Prosseguiu. --- Preciso falar com você.
Atendi a pacie
Te amo Aline.