O MOMENTO

Lá fora uma garoa bem fina, o verde todo respingado, as gotículas eram de um tom transparente límpido, tal quais as lágrimas de uma criança só. O vento gelado balançava os varais sem roupa e balançava também as cortinas cá dentro. O gato branco cochilava em cima do tênis azul, ao som de Jean Luck Ponty.

Os pensamentos vagueavam como nuvens, um incenso astrológico queimava exalando um aroma de bálsamo, assim a tarde restava, a música ambientava, e a vida passava...

(19/07/1987)