FINGE-SE QUE TRABALHA E O ESTADO FINGE QUE PAGA

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Sexta-Feira, 24 de Fevereiro de 2017

    Esta semana foi votada e aprovada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro a privatização da Cedae, companhia que é a responsável pelo abastecimento de águas na cidade.

   Mas houve muitos imbróglios nesse episódio porque os funcionários dessa empresa não são favoráveis a tal medida, protestando de forma veemente defronte aquele órgão, causando muitos distúrbios no centro da cidade.

   Do que já li, vi, ouvi e vivi, não necessariamente nessa ordem, a cultura do povo brasileiro é ser um chapa branca, isto implica dizer que muita gente nessa cidade e nesse país, quer ser servidor público. Mesmo sabendo que no geral essa condição não lhes é assim tão favorável, porque as condições desse serviço no país é, no mínimo, sofrível, haja vista que os protestos dos servidores são constantes, no que tange a pleitear melhores salários e condições de trabalho.

   De outro modo, dentro dessas quatro situações do parágrafo anterior, cheguei à conclusão de que o brasileiro não faz ideia exata do que é ser um verdadeiro servidor público, porque as reclamações da população com esses serviços, é perene e intensa no cotidiano desse país.

   Assim é que pode-se chegar à conclusão de que há um equívoco profundo na maioria das pessoas que adentram a esse âmbito, não prestando atenção na essência do que deve ser expressado no desempenho desses cargos e funções.

   A atenção primeira e prioritária deve ser dada ao cidadão comum. Seus pleitos devem ser atendidos e cumpridos de forma simples e eficaz. Mas isso fica só em teoria. Porque as ações e tarefas dos agentes públicos brasileiros são quase sempre complicadas, dificultando a solução das questões ao cidadão comum.

   Não há quem não perceba e observe na conduta de grande parte dos servidores públicos brasileiros o que se poderia classificar como oportunismo circunstancial. Porque as normas quase sempre são quebradas, fazendo com que eles se achem superior ao cidadão, dando-nos a impressão de que quando vamos a qualquer órgão público solicitar alguma operação, estamos ali pedindo favores a eles.

   Mas vemos deficiências diversas em seus desempenhos. No cumprimento de horário de trabalho; no uso de algum recurso em proveito próprio; na demora em apresentar os resultados do pleito do cidadão junto aos órgãos públicos. Enfim, se houvesse a plena consciência do que é ser um servidor público, grande parte dos que estão ali, não passariam nem perto daqueles órgãos, tão diferentes são as premissas desse mister.

   É aí que atribuem esse tipo de situação aos nossos descobridores, os portugueses. E isso é até engraçado, porque sabe-se muito bem que os nobres não trabalhavam, destinando todas as ações laborais ao povão. Então, aqui em nosso país, essa mesma linha de pessoas continua a fazer a mesma coisa. E o exemplo maior está lá em Brasília, onde os membros do Congresso Nacional só trabalham poucos dias da semana.

   Como a situação do país não é e nem está lá muito boa no aspecto do social, é esperar-se que de uma hora para outra a consciência se apresente para todos, fazendo com que saibamos, cada um de nós, o que é que tem que ser feito, sem a necessidade de se reclamar, seja lá do que for ou de quem seja.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 24/02/2017
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