Mensagens que edificam - 283

Reclamaram da minha eloquência. Se doeram com a forma como abordo e trato das questões religiosas. Me acusaram de intolerante, agressivo e desrespeitador. Confesso que não me senti nem um pouco afetado. Pelo contrário, sinto-me cada vez mais convicto de que dizer o que pensa e não se acovardar diante da verdadeira intolerância, me torna mais forte e corrobora ainda mais para que a minha consciência assinale que a leveza que hoje sinto é sólida é tem consistência fundamentada em razões que sobrepõem a desconcertante certeza daquilo que não se pode tocar, nem provar. Eu jamais perderei a minha veia poética, mas por vezes o cotidiano me obriga a ser menos romântico e mais contundente. Falar da vida real e da realidade absorta em paradigmas que povoam a cultura e o comportamento das sociedades, requer um texto mais coerente com as necessidades que afligem a nossa gente. Reconhecer limitações faz parte do acervo textual de quem se dispõe a abordar assuntos tão delicados. Não é nada fácil falar de fé quando se vive apenas factos evidentes. Não é fácil expor a fragilidade de planear uma vida galgada no abstrato. Ser chamado de ateu é e será sempre uma constante no dia-a-dia de um escriba que traz à tona o que confundiram, esqueceram, e o que disseram ser a mensagem de uma divindade. É bem certo que até mesmo este texto é passível de emendas e acertos. Eu não sou absoluto, nem trago comigo a prepotência de dizer que quem não crer nestas palavras vai nadar num lago de fogo e enxofre, mas no uso do direito de me expressar faço de cada linha algo que instigue quem lê a pensar e questionar. Há algum mal nisso?

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 28/02/2017
Código do texto: T5926100
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