VESTIDO DE BAILE

Rodolfo termina de vestir-se. A camisa amarela e a calça bege completam o traje do rapaz do interior que dando brilho no sapato preto, prepara-se para o baile do Cantegril Clube. Muitos jovens reunem-se à entrada do salão, alguns fumam outros já com cervejas na mão aguardam a chegada das moças. É um desfile de vestidos coloridos, sapatos de salto alto e muito penteados que enfeitam a cabeça das donzelas, muitas com o sonho de hoje encontrarem ali, quem sabe, o principe encantado.

O jovem entra logo no salão, seus olhos procuram alguém, e aflito nota que a sua pretendida ainda não chegou. Há algumas semanas o par constante de Rodolfo é Ritinha, moça simples, cabelos pretos e de pouca conversa. Mas de pele suave e com perfume bom. Lembra o vestido verde, com coraçõezinhos brancos, junto aos quais e encostado ao seu peito, bate forte o coração de Ritinha. Rodolfo circula pelo salão, mas não encontra a morena bonita de cabelo cacheado e olhos verdes. Perambula por entre as moças, mas não encontra a eleita do vestido de coraçõezinhos. Decepciona-se quando constata que Ritinha não está no baile. Entristecido vai embora do Cantegril Club.

Domingo, Rodolfo acorda com o pensamento em Ritinha, moça da qual além do nome só sabe que mora na Vila Andorinha. Sai cedo de casa decido a encontrar a sua amada.

Percorre muitas ruas e ruelas, quando já está quase desistindo, avista ao longe uma casinha amarela, em cujo pátio há um varal e nele está estendido um vestido verde com coraçõezinhos brancos...