Porta

Quando a porta de acesso foi fechada, eu percebi que a ainda havia, neste ato, uma ponta de arrogância. E mágoas? Sim, também.

É assim a vida. Nunca negarei minhas falhas (e tenho muitas), mas de uma coisa eu me orgulho, justamente de assumi-las e pagar o preço por isso.

Eu jamais lacraria uma porta para me afastar de alguém, eu diria o motivo, eu diria a razão, eu diria sim, mas sem me esconder.

Até porque em um momento adiante o esconderijo vai se revelando de alguma forma.

Pois bem.

Ficar do lado de fora não é a melhor coisa do mundo, mas é engraçado que a gente acaba ficando e acreditando que daqui a pouco a porta volta a se abrir.

Sim, a gente bate e espera. A gente passa noites, dias, semanas e bate e espera.

Mas chega um dia que é preciso olhar para a porta que teima em não abrir, compor-se na emoção, na dor, na tristeza e seguir.

Raízes podem ceder. A terra pode se abrir e os passos seguintes, mesmo que sem muita direção, precisam evoluir.

É preciso riscar no chão e entender como sendo a divisa. Até aqui foi assim, daqui para frente é uma nova história.

Como vai ser?

Não tenho a menor ideia. Não importa. É preciso ter a humildade para respeitar visões de mundo de todas as grandezas. Não julgar atitudes, não julgar dores, não mendigar nada.

Se não vem do coração nada será bem-vindo.

Mas, acima disso, é preciso amor próprio bem maior do que o amor ao passado, para saber que do lado de fora não é seu lugar e não deixar isso te fazer menor do que você é e nem interferir nas suas ações.

Continuarei a viver com toda emoção que tenho, pagando o preço e acima disso, sendo verdadeiro sempre. Não sou partidário da hipocrisia.

Não faz mal nenhum em levar uma certa angústia por saber que se fechou lá dentro quem poderia ser maior aqui fora.

Infelizmente existe orgulhos que parecem cercar a razão.

Enfim, sem julgamentos.

Que o dia amanheça ensolarado e que seja o dia de seguir.

Mesmo que as pernas não queiram, espero que a razão insista em dizer: siga Chico, você vai conseguir! Leve no coração tudo o que valeu a pena, mas evite olhar para trás.

Pedro Branco
Enviado por Pedro Branco em 31/03/2017
Código do texto: T5957545
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