Machado de Assis e Santo Agostinho

Não adianta negar: todo ser humano gosta de um elogiozinho, é uma massagem no ego, é algo que dá satisfação e prazer, principalmente quando é sincero e merecido. Alguns chegam a confessar que ficam vaidosos quando elogiados. Machado de Assis, um gênio das letras, chegou a proclamar seu prazer por eleogios. Ele disse:"Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os: eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões que tive são dos jantares em que fui brindado". Graciliano Ramos jamais diria algo nem parecido Pelo contrário: era avesso aos elogios.

O grande problema do elogio é quem o recbe ficar dependente dele, nodadamente dos falsos elogios dos bajuladres e interesseiros. Sim, porque a vaidade entorpece a alma, turva a razão e, não raro, enfraquece o caráter. Não estou me referidno à cortesia, ao reconhecimento. ao elogio sincero e parcimonioso, mas ao elogio derramado, exagerado, interesseiro e falso, aquele queé feito visdando a nteresses futuros. Há elogios calculados e outros que sao feitos para enfraquecer o elogiado.

Na verdade, é preferível uma crítica honesta e construtiva a um elogio falso. Quem tem caráter não aceita elogio gratuito ou falso. É melhor não se entusiasmar com elogios como o Bruxo de Cosme Velho (ele merecia - continua merecendo - elogios, mas errou ao se jactar) e refletir sobre a advertência de Santo Agostinho: "Prefiro os que me criticam porque me corrigem, do que os que me elogiam porque me corrompem".

O santo era meio radical. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/04/2017
Código do texto: T5963645
Classificação de conteúdo: seguro