1 de abril

“Feliz primeiro de abril para a maior mentira da minha vida”, estava nas minhas redes sociais, mas... Será que foi mesmo? Por que... Apesar de eu não ter a melhor das memórias, ainda me lembro de borrões, toques, inusitadas canções, olhares e tudo o que há de mais abstrato nesse mundo. Nada disso parece mentira, muito pelo contrário. É até verdadeiro demais, tanto que desconfio. E me pergunto quando, por Deus, começamos a agir como estranhos? A vestir a carapaça do dia dos tolos e virar o rosto um para o outro na calçada.

Patético e triste.

Logo você, que odiava um drama. Logo você, que dizia que ama. Logo você... E quer saber? Tem razão! Todo mundo tem razão! Já passou um ano, um ano inteirinho e eu ainda sinto tudo como se tivesse acabado de virar a esquina da minha rua e eu te observasse da janela com lágrimas nos olhos. Você não viu... Eu sei. Eu sei, por que lembro que não olhou para trás e, até hoje, você não olha para trás.

Eu fui seu primeiro de abril. Fiquei no passado, nas lembranças de um destino amargo que nunca se cumpriu. Eu fui a mentira, a doida, a egoísta, a surtada, a depressiva e ela não. Ela era perfeita e estava lá. Foi seu 26 de março, um dia de verdade, um dia possível.

Eu só queria dizer, apesar de saber que jamais saberá: Você foi o meu primeiro de abril, mas também foi meu 29 de março, meu 22 de fevereiro, meus domingos de páscoa, meu 12 de junho, meu ano inteiro. Você foi, só foi e nada é mais hoje em dia desde que você se foi, entende?

Eu sou feliz, cara, como sou feliz! Todos os dias eu sou um milhão de vezes mais feliz do que fui com você, só que... Sabe... É você, sempre foi você e, infelizmente, o tempo, o espaço, as ondas do rádio, novos ou antigos amores, nada disso muda o fato de que sempre será você.

Eu sei que, quando a gente esbarrar da próxima vez, vai fingir que não me viu e eu vou querer socar a sua cara, porém, aqui eu deixo registrado, caso um dia pense em deixar um recado: Não foi mentira pra mim.