O menino e o mar
Há algum tempo, eu li essa historinha nem lembro onde. É do Eduardo Galeano e está em seu O Livro dos Abraços. Sabe quando alguma coisa te toca de um modo diferente? Pois é. É uma historinha simples, mas tão, tão linda, de uma singeleza e pureza tão grandes que fiquei meio sem ar. Fiquei, como eu costumo dizer, "coisada". Mexida. Mas, antes de comentar mais, vamos à história:
"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!"
Sério, eu me emociono toda vez que leio. Fico arrepiada. Chego a sentir a ansiedade da criança, seu medo de não conseguir "ver tudo". Em sua ingenuidade, inundado com aquela cena linda, com o impacto que só o mar causa na gente, o menino teme perder alguma coisa e pede ajuda ao pai. Fiquei profundamente tocada com essa história. Um texto tão pequeno e, ao mesmo tempo, tão grandioso! Tantos sentimentos nessa singela historinha... O companheirismo de pai e filho, a emoção da criança ante a novidade que lhe seria apresentada, seu espanto diante de algo tão imensamente lindo, sua confiança no pai, a quem faz um pedido impossível, mas que, em sua inocência e nervosismo, julgou ser o mais certo a fazer.
Eu fico pensando... Esse mundo é tão grande, tão cheio de surpresas... São tantas coisas novas chegando todos os dias. Tantas pessoas diferentes por aí, cruzando nosso caminho, mexendo com nossa vida... Eu quero muito olhar as pessoas com o sentimento desse menino! Cada pessoa é um mar e tem dentro de si uma imensidão de coisas que desconhecemos totalmente e que, certamente, nos deixariam gaguejando se tivéssemos tempo e oportunidade para conhecer.
Pai, me ajuda a olhar! Me ajuda a enxergar!
Há algum tempo, eu li essa historinha nem lembro onde. É do Eduardo Galeano e está em seu O Livro dos Abraços. Sabe quando alguma coisa te toca de um modo diferente? Pois é. É uma historinha simples, mas tão, tão linda, de uma singeleza e pureza tão grandes que fiquei meio sem ar. Fiquei, como eu costumo dizer, "coisada". Mexida. Mas, antes de comentar mais, vamos à história:
"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!"
Sério, eu me emociono toda vez que leio. Fico arrepiada. Chego a sentir a ansiedade da criança, seu medo de não conseguir "ver tudo". Em sua ingenuidade, inundado com aquela cena linda, com o impacto que só o mar causa na gente, o menino teme perder alguma coisa e pede ajuda ao pai. Fiquei profundamente tocada com essa história. Um texto tão pequeno e, ao mesmo tempo, tão grandioso! Tantos sentimentos nessa singela historinha... O companheirismo de pai e filho, a emoção da criança ante a novidade que lhe seria apresentada, seu espanto diante de algo tão imensamente lindo, sua confiança no pai, a quem faz um pedido impossível, mas que, em sua inocência e nervosismo, julgou ser o mais certo a fazer.
Eu fico pensando... Esse mundo é tão grande, tão cheio de surpresas... São tantas coisas novas chegando todos os dias. Tantas pessoas diferentes por aí, cruzando nosso caminho, mexendo com nossa vida... Eu quero muito olhar as pessoas com o sentimento desse menino! Cada pessoa é um mar e tem dentro de si uma imensidão de coisas que desconhecemos totalmente e que, certamente, nos deixariam gaguejando se tivéssemos tempo e oportunidade para conhecer.
Pai, me ajuda a olhar! Me ajuda a enxergar!