Quando pequeno, o menino se veste de super herói e com a imaginação enfrenta e vence várias batalhas, no seu mundo encantado não existe lugar para dúvidas e muito menos para derrotas, todos os monstros são derrotados,  a vida  é colorida e não há espaço para a temores, o hoje é vivido intensamente e de peito aberto o menino se atira em cada aventura sem pensar no depois, porque o “agora” é a sua única verdade. 
E o menino cresce, com a adolescência vem junto o mundo que cabe em suas mãos abrindo espaço para o amanhã repleto de sonhos e emoções. A sua verdade possui a força de um tsunami  que destrói toda teoria imposta. A vida tem um brilho diferente, não há barreiras, porque um jovem tudo pode e nada teme. E a intensidade no viver traz ilusões e desilusões, alegrias e tristezas, decepções e contentamentos, os  contrastes delineiam sua caminhada e o peso do negativo firma a bandeira da experiência, chegando à maturidade, os monstros enfrentados com bravura na infância, ganham força e derrotam o homem sem piedade, o medo e a incerteza fragilizam seus passos, o peso da “responsabilidade” debilita suas ações.
O passado e o futuro sobrepõem o presente desvalorizado e esquecido, a vida assume a forma da insegurança, a corrida para as conquistas materiais ofusca sua essência e o homem se apega com toda a força à vaidade, ao orgulho e quando se sente derrotado por não conseguir realizar ou possuir algo, a melancolia passa a direcionar seus passos e a vida perde o colorido cedendo espaço para o cinza. Em sua face as marcas do tempo predominam, o sorriso já não é mais uma constante, porque o peso da bandeira das falsas crenças, dogmas  e imposições sociais,  determina sua direção.  Com o passar dos anos chega a velhice com as malas  carregadas de uma vida de frustrações ou realizações, de glória ou arrependimento. As lembranças desenham o passado, no futuro não tem espaço para planos e a espera para o desfecho preenche o presente. Chegada a hora, com qualquer desculpa para a partida, jaz uma vida produtiva ou improdutiva, apenas  com saudade para quem fica...
 
HILDA STEIN
Enviado por HILDA STEIN em 16/04/2017
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