Quando se encontra o amor

São exatamente 21:51 da noite e eu estou sentindo dores abdominais, foi um dia cansativo, clichê e muito parecido com ontem, acho que o que mudou foram apenas as minhas roupas... Eu estou deitada na rede da varanda, numa rua silenciosa, porém minha mente está em constante barulho e agitação, parte de mim quer parar e não pensar em nada, mas o coração pulsa aceleradamente, pensando sobre o que fazer com toda a saudade que anda morando no meu peito, minha mente não me deixa esquecer que hoje eu perdi uma oportunidade enorme. Minha mente faz questão de lembrar que ele hoje cantou uma música linda e seus olhos disfarçadamente me tocaram e me deixaram sem jeito em meio a todas aquelas pessoas que assistiam à sua apresentação maravilhosa, pra todo aquele público são apenas musica e cantor, pra meus olhos castanhos e pequenos aquilo era uma poesia, uma paisagem, era desejo, era amor, o fato de poder olhá-lo, não com os olhos, mas com o coração, me deixou extremamente feliz. Mas... e depois que a sua canção acabou? eu o vi saindo, em direção ao bebedouro, mas eu não posso encontrá-lo, só posso admirá-lo ao longe, por que não o posso tê-lo pra mim, mas ao menos posso ter sua música, sua voz e seu olhos guardados em mim, na parte mais bonita da minha memória. Aqui nessa rede, no meio da escuridão dessa noite fria e fresca eu sinto que posso tê-lo por perto, sinto que ele pode me sentir onde quer que ele esteja também.