EU QUISERA

Eu quisera que os homens buscassem a Paz, em todos os lugares e a todos os momentos, mas que procurassem a paz, que não fosse aquela que sobra depois da guerra, que os homens buscassem a paz que os anjos entoam, com toda a pureza. No entanto, primeiro, os homens brigam e, quando se exaurem e percebem que a luta não vale mais nada, então, eles, param e querem a Paz, e desejam a trégua, mas esta já está amarga, cheia de lembranças sombrias.

Eu quisera que os homens amassem, que buscassem o Amor, mas não aquele sentimento que a ele se assemelha e nasce da convivência de cada um. Eu quisera, sim, que esse amor não tivesse o azedume das brigas, dos ensaios de ódio, mas que fosse tão puro quanto a luz das estrelas, todavia, os homens se antipatizam e vão mudando de antipatia a simpatias. Depois de tantas marcas de malquerenças, é que os homens amam e assim mesmo, esse amor está tão longe daquele sentimento de renúncia e de resignação que une fortemente as almas, em qualquer circunstância que seja.

Eu quisera que os homens buscassem sorrir, mas sorrir de felicidade apenas, sem que esse riso, procurasse encobrir o verdadeiro vale de lágrimas que se estende em seu peito. Contudo, o homem ri da graça e da desgraça e quando não mostra esse riso aos lábios, pelo menos, muitas vezes o esconde no coração.

É assim com a Paz, que é um resto de Guerra, com o Amor, que é uma sobra de ódio ou interesse, com o sorriso, que é uma máscara de coração rancoroso ou tristonho, os homens não podem merecer outro mundo melhor. Não fora a Misericórdia Divina que seria do progresso da humanidade?

Mas felizmente, de tudo escapam ainda aqueles que não fazem da Paz um cessar da guerra, nem do Amor uma substituição do ódio, muito menos, do riso um disfarce da tristeza.

E vos estais em meio a estes eleitos!

Jaubert
Enviado por Jaubert em 08/08/2007
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