Filosofia sem engajamento porque política ainda tira minha paz

Desde janeiro que eu não lia nada. Meus livros ganhados e comprados em dezembro se acumularam na estante e aquele começado a ler também ficou parado. Como a vida estava. Essa semana decidi que as coisas deveriam voltar a caminhar por aqui e escolhi recomeçar por ali. O livro. Terminei a última linha e senti um arrepio que desceu da cabeça até meu calcanhar Aquiles. Em dado momento desse meu início de ano eu me comparei com a convalescença da personagem que se esvaía por uma felicidade frustrada, mas ao bater a cara no realismo chocante que é seu desfecho, eu e me senti merecendo uma palmatória simbólica do universo por tal heresia contra mim mesma.

Feliz em terminar a leitura e sentir que o meu desfecho será bem mais suave e bonito. Porque sim!

As esperanças não são constantes mas aparecem vez ou outra. Quando um sofisma consegue camuflar quem você é, pode ser que você tenha errado o momento de trocar energia com alguém.

Comecei um livro novo hoje mesmo. E tenho visto movimento pela casa quando o deixo sobre o sofá, sobre a cama, quando meu marcador do Laranja Mecânica cai e fito o olhar inquietante de Alex. Gosto de uma certa bagunça nos cômodos porque isso me sugere sutilmente que há vida acontecendo ali.

Essa coisa de amor tem me quebrado. Essa coisa de falta de amor tem me quebrado. Essa coisa de falta ... enfim. Sou especialista em dar a volta por cima.

Como você se sente a seu respeito? É assim que as pessoas vão te tratar.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 11/05/2017
Reeditado em 11/05/2017
Código do texto: T5995880
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